Política

Governo exonera ex-presidente do INSS de Bolsonaro envolvido em esquema de descontos ilegais

Guilherme Serrano ocupava cargo no Ministério da Previdência e esteve em reunião com associação operadora da fraude

Governo exonera ex-presidente do INSS de Bolsonaro envolvido em esquema de descontos ilegais
Governo exonera ex-presidente do INSS de Bolsonaro envolvido em esquema de descontos ilegais
Serrano presidiu o INSS de abril de 2022 a janeiro de 2023, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Divulgação Ministério da Previdência
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O governo Lula (PT) exonerou, nesta quinta-feira 8, o coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional, Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União. O motivo oficial da dispensa não foi divulgado.

Serrano foi diretor de Atendimento do INSS e presidiu a autarquia de abril de 2022 a janeiro de 2023, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu nome aparece no inquérito da Polícia Federal que investiga o esquema bilionário de descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas.

Segundo a PF, há indícios de “potencial conflito de interesses” envolvendo diretores do INSS que participaram de assembleias e eventos promovidos pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA). A entidade está no centro das investigações por ter firmado um Acordo de Cooperação Técnica com o INSS, que autorizou o desconto de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento de segurados.

O relatório da PF revela que Guilherme Serrano esteve presente em uma assembleia da CBPA, em agosto de 2021, enquanto ocupava o cargo de diretor de Atendimento do INSS. Mais tarde, já como presidente da autarquia, ele foi o responsável por assinar o acordo que permitiu os descontos – hoje considerados parte do esquema fraudulento que teria desviado cerca de 6,3 bilhões de reais.

A exoneração ocorre em meio às revelações da Operação Sem Desconto, pela PF e a Controladoria-Geral da União. A operação levou à saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Na quarta 7, o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, determinou que o INSS e o Ministério da Previdência apresentem, em até 15 dias, um plano para o ressarcimento dos valores descontados ilegalmente dos beneficiários, além de medidas administrativas para apurar a responsabilidade de servidores públicos envolvidos nas fraudes.

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