Justiça

Moraes rejeita ação do PSOL para demolir muro na Cracolândia, em São Paulo

Para o partido, a estrutura marca ‘um ataque brutal e inconstitucional’ contra direitos fundamentais

Moraes rejeita ação do PSOL para demolir muro na Cracolândia, em São Paulo
Moraes rejeita ação do PSOL para demolir muro na Cracolândia, em São Paulo
Prefeitura de São Paulo ergue muro na Cracolândia, no centro da cidade. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes rejeitou, nesta segunda-feira 28, uma ação do PSOL que pedia a demolição de um muro construído pela prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), na região conhecida como Cracolândia, no centro da cidade.

Segundo Moraes, não há nos autos “comprovação de efetivo obstáculo de acesso a serviços públicos pela população vulnerável”.

“Ao contrário, mostram-se idôneas as justificativas apresentadas pela prefeitura de São Paulo, no sentido de que a medida visou a garantir maior segurança à população em situação de rua e aos demais cidadãos que trafegam na região, exprimindo típica medida de segurança pública.”

Na avaliação do PSOL, o muro, com 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, configura “um ataque brutal e inconstitucional” contra direitos fundamentais. A estrutura cerca o local em que usuários de drogas se concentram na região da Santa Ifigênia, perto da estação da Luz.

A ação do partido surgiu após o movimento Craco Resiste divulgar uma nota em que denunciava o estabelecimento de um “campo de tortura” no local. Segundo o coletivo, quando ocorrem operações da Guarda Civil Metropolitana ou da Polícia Civil, as pessoas são obrigadas a ficar sentadas no chão, imóveis por horas, sem abrigo contra sol ou chuva.

“Caso as pessoas não fiquem no espaço delimitado pelo muro e pelas grades, guardas usam spray de pimenta sem aviso prévio”, acusou a entidade. “Viaturas circulam pela região em busca de pessoas ou grupos que estejam em outros lugares para coagi-los a ir para o espaço cercado. Caso alguém se indigne com esse tratamento, é preso e acusado de forma irregular de desacato.”

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