Justiça

Gonet diz ao STF que ex-integrantes do governo Bolsonaro coordenaram golpe de Estado

Segundo o PGR, o chamado ‘núcleo 2’ da trama golpista usou forças policiais e planejou medidas excepcionais para manter o ex-capitão no poder

Gonet diz ao STF que ex-integrantes do governo Bolsonaro coordenaram golpe de Estado
Gonet diz ao STF que ex-integrantes do governo Bolsonaro coordenaram golpe de Estado
Primeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 2 da 'trama golpista'. Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, usou a tribuna da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para dizer que cada um dos denunciados do chamado ‘núcleo 2’ da ‘trama golpista’ “gerenciou ações da organização criminosa”.

O colegiado, formado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Edson Fachin, analisa nesta terça-feira 22 a denúncia da PGR contra os seguintes acusados: 

  • Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública;
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e Segurança Pública;
  • Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;
  • Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • General Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.

“Os denunciados ocupavam posições profissionais relevantes ao tempo do desenvolvimento do processo de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e deposição do governo legitimamente constituído. Cada qual gerenciou ações na organização criminosa”, disse Gonet.

Para o PGR, Silvinei Vasques, Fernando de Sousa Oliveira e Marília Alencar “coordenaram o emprego de forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder”.

Enquanto isso, mais uma vez segundo Gonet, Mário Fernandes, ao lado de Marcelo Câmara, seria o responsável por coordenar “ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas”. 

Filipe Martins, por seu turno, assumiria a elaboração do decreto que iria implementar “medidas excepcionais” no curso do golpe.

Na sustentação, Gonet disse que “a acusação descreve comportamento justificador da denúncia”. “É quanto basta, agora, para o seu recebimento”, argumentou o PGR.

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