Justiça
Justiça do Trabalho condena Marçal a pagar quase R$ 2 milhões por morte de funcionário em acidente
Em 2023, Celso Guimarães Silva sofreu uma descarga elétrica em uma obra da empresa do ex-coach


A Justiça do Trabalho de São Paulo condenou o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura da capital paulista no ano passado, a pagar uma indenização de 1,34 milhão de reais à família de um funcionário dele que morreu em um acidente de trabalho.
Na decisão, que foi tomada na última terça-feira 15, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-2) reverteu por unanimidade a sentença da primeira instância, que tinha absolvido Marçal. Cabe recurso.
O caso
O funcionário morto é Celso Guimarães Silva, que tinha 49 anos. Ele era técnico de audiovisual e caiu de uma altura de quatro metros após uma descarga elétrica sofrida quando ele desmontava as instalações elétricas de um estúdio da Marçal Participações LTDA em Alphaville, em SP. Celso chegou a ser atendido no Hospital Municipal de Barueri, mas não resistiu aos ferimentos. O caso aconteceu em 2023.
No total, a indenização chegará a quase 2 milhões de reais. Além da cifra a ser paga diretamente à família do falecido, outros 564,8 mil reais serão pagos à viúva do ex-funcionário. Esse segundo valor se refere a danos morais e tem a ver com os custos do tratamento psiquiátrico.
O valor, entretanto, não será pago integralmente pela empresa de Marçal. Outras duas empresas que alugaram o imóvel em que aconteceu o acidente terão que se dividir no pagamento.
Marçal vê problemas com a Justiça se agravarem
Os últimos tempos têm sido marcados por resultados negativos na Justiça para o ex-coach. No último mês de fevereiro, a Justiça Eleitoral decidiu tornar Marçal inelegível, considerando que ele cometeu abuso de poder político e econômico na campanha à prefeitura de SP. A decisão é resultado de ações movidas pelo PSOL e pelo PSB. Ainda cabe recurso nas instâncias superiores.
No início da semana passada, outro baque para Marçal: a Justiça de SP condenou o empresário a pagar 30 mil reais de indenização ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), por tê-lo acusado, sem provas, de chefiar um suposto esquema criminoso.
Em relação à condenação milionária na Justiça trabalhista, Marçal ainda não comentou o caso.
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