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Equador: Noboa derrota González, candidata da esquerda, e é reeleito presidente

Luisa González acusou o governo de ‘ações desesperadas’ para manipular os registros de votação

Equador: Noboa derrota González, candidata da esquerda, e é reeleito presidente
Equador: Noboa derrota González, candidata da esquerda, e é reeleito presidente
O presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa. Foto: Raul ARBOLEDA/AFP
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O presidente do Equador, Daniel Noboa, conquistou a reeleição neste domingo 13, derrotando Luisa González (de esquerda), no segundo turno da disputa presidencial. Por volta das 22h40, o Conselho Nacional Eleitoral confirmou o resultado nas redes sociais.

“A autoridade eleitoral considera que a chapa vencedora corresponde à lista da Ação Democrática, composta por Daniel Noboa Azín e María José Pinto. Reiteramos nosso compromisso com a democracia e a legalidade do processo eleitoral”, publicou o órgão.

Noboa tinha 55,9% dos votos válidos, ante 44,1% de González, com quase 93% dos votos apurados.

Tudo indica que os eleitores apoiaram a política rígida do presidente contra o narcotráfico e a violência crescente no país.

A guerra de cartéis levou ao assassinato de um candidato presidencial, à tomada de prisões por gangues criminosas e ao ataque armado a uma emissora de televisão enquanto seus jornalistas transmitiam ao vivo. Tudo isso em uma economia endividada e sufocada pelo custo do combate ao tráfico.

Segundo o Comunicaliza, no início de abril, as intenções de voto para Noboa eram de 50,3%, contra 49,7% para González. “Na segunda-feira o país vai amanhecer dividido”, disse Marcelo Salgado, administrador de uma cafeteria, de 61 anos.

Um total de 84% dos 13,7 milhões de eleitores exerceram hoje o voto obrigatório, segundo a autoridade eleitoral.

Fraude?

Aos 37 anos, Noboa é um dos governantes mais jovens do mundo e quer se manter no poder até 2029. Dez anos mais velha, Luisa González deseja ser a primeira mulher a comandar o país, com apoio de seu padrinho político, o ex-mandatário socialista Rafael Correa (2007-2017).

Noboa denunciou supostas irregularidades na contagem dos votos do primeiro turno, apesar de observadores internacionais terem descartado essa denúncia.

Neste segundo turno, Luisa acusou o governo de “ações desesperadas” para manipular os registros de votação. 

“Devemos rejeitar firmemente a narrativa de fraude. Acusações sem provas minam a confiança na própria democracia”, disse Diana Atamaint, presidente do Conselho Nacional Eleitoral.

Se o resultado for apertado, quem vencer terá problemas de “legitimidade” e governabilidade com a “metade do país contra”, explicou o cientista político Simón Pachano.

Às vésperas do segundo turno, o governo declarou estado de exceção por 60 dias e ordenou toque de recolher noturno nas regiões mais atingidas pela violência.

“Isso viola os nossos direitos”, reclamou Luisa após votar, em Canuto (sudoeste). Já Noboa votou em Olón, sem dar declarações. Ambos estavam protegidos por um forte esquema de segurança.

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