Justiça

PGR é contra pedido para prender Bolsonaro preventivamente

Paulo Gonet apontou ausência de ‘elementos informativos mínimos’ em notícia-crime apresentada ao STF

PGR é contra pedido para prender Bolsonaro preventivamente
PGR é contra pedido para prender Bolsonaro preventivamente
Procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante sessão plenária do STF. Foto: Andressa Anholete/STF
Apoie Siga-nos no

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se nesta quarta-feira 2 contra um pedido para prender preventivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação do PGR foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito de uma notícia-crime protocolada por dois advogados. A ação argumentava que Bolsonaro teria tentado “obstruir a Justiça” ao convocar atos pró-anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.

A dupla também acusava o ex-presidente de “incitar novos atos que comprometem a ordem pública e a estabilidade democrática, bem como coação no curso do processo”. Para o chefe do Ministério Público Federal, porém, o pedido não tem “elementos informativos mínimos”.

“A realização de manifestações pacíficas pela concessão do benefício não constitui ilícito penal, bem como não extrapola os limites da liberdade de expressão, que é consagrada constitucionalmente e balizada pelo binômio liberdade e responsabilidade”, diz a manifestação.

Bolsonaro é réu no STF, acusado de chefiar uma organização criminosa que tentou executar um golpe de Estado em 2022.

Segundo Gonet, os autores da notícia-crime não têm legitimidade para pedir a prisão do ex-capitão diretamente no Supremo. Esse tipo de representação, de acordo com o PGR, deveria ser protocolado no Ministério Público.

Na petição encaminhada ao tribunal, o PGR também lembrou que todas as medidas cabíveis envolvendo o ex-presidente já foram solicitadas na investigação que levou à denúncia por tentativa de golpe.

“Os relatos dos noticiantes não contêm elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal, justificadora da deflagração da pretendida investigação.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo