Política
Acordo UE-Mercosul é ‘alternativa a um mundo bipolar’, diz Haddad
O pacto entre os dois blocos pode ser uma peça-chave contra o protecionismo que tem se espalhado pelo mundo, avalia o ministro


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta segunda-feira 31 o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo Haddad, o pacto entre os dois blocos pode ser uma peça-chave contra o protecionismo que tem se espalhado pelo mundo.
“Quando você olha para o acordo do ponto de vista meramente econômico, não salta à vista uma grande vantagem para o Mercosul”, disse o ministro. Segundo ele, o acordo funcionaria mais como “uma alternativa a um mundo bipolar”, afirmou em durante a conferência na Universidade Sciences Po, em Paris.
Para o ministro, a Europa deveria ter um olhar político sobre o acordo e não apenas “ficar discutindo item por item onde você vai ganhar, onde você vai perder”.
A negociação para o acordo que busca fortalecimento de relação entre os países dos dois blocos se arrasta há mais de 25 anos e tem a França como principal opositora. A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2023, a corrente comercial entre Brasil e o bloco europeu representou 16% do comércio exterior brasileiro.
A palestra de Haddad foi em uma conferência sobre os 10 anos do Acordo de Paris, tratado assinado por 196 países, inclusive o Brasil, com metas de redução de emissões responsáveis pelo aquecimento global.
Segundo o ministro, é preciso “trazer as finanças para o coração do debate sobre o clima”. Haddad ainda defendeu a COP30, que acontece em novembro em Belém, no Pará: “Entrará na história como a COP da implementação”.
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