Justiça

Por que só 5 ministros do STF julgam denúncia contra Bolsonaro nesta terça

O relator do caso, Alexandre de Moraes, tem conseguido emplacar na Primeira Turma resultados expressivos

Por que só 5 ministros do STF julgam denúncia contra Bolsonaro nesta terça
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O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira 25 a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados de envolvimento na conspiração golpista de 2022.

O colegiado avaliará a acusação contra oito integrantes do chamado núcleo 1 da trama.

Como o julgamento ocorrerá na Primeira Turma, apenas cinco dos onze ministros da Corte votarão: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Ficarão de fora do julgamento: Luís Roberto Barroso (presidente do STF), Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

Em julgamentos de impacto, Moraes tem conseguido emplacar na Primeira Turma resultados expressivos. Em setembro de 2024, por exemplo, o colegiado confirmou por unanimidade a suspensão do X no Brasil. Um mês depois, a turma, também por cinco a zero, rejeitou devolver o passaporte de Bolsonaro.

O envio do inquérito do golpe à Primeira Turma e não ao plenário está amparado pelo regimento interno da Corte: em dezembro de 2023, o STF decidiu que denúncias e ações penais voltariam a ser julgadas pelas turmas.

O argumento era que a mudança buscava racionalizar a distribuição dos processos criminais e reduzir a sobrecarga do plenário. À época, Barroso observou que os atos golpistas de 8 de Janeiro “trouxeram de volta ao tribunal o panorama de excesso de processos e de possível lentidão na sua tramitação e julgamento”.

Esse cenário, de acordo com ele, recomendava atribuir parte da competência penal às turmas, para garantir eficiência nos casos criminais e uma resolução definitiva.

Como Moraes, relator da investigação sobre a tentativa de golpe, está na Primeira Turma, as denúncias chegaram a ela.

Caso pelo menos três dos cinco integrantes da Primeira Turma recebam a denúncia, os alvos se tornarão réus e passarão a responder a ações penais.

A Polícia Federal concluiu que Bolsonaro planejou e exerceu um domínio direto sobre os atos de uma organização criminosa que buscava executar um golpe de Estado no Brasil em 2022.

Em relação ao ex-presidente, a PF sustenta que o golpe “não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”. A PGR atribuiu cinco crimes a ele:

  • liderança de organização criminosa armada
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • golpe de Estado
  • dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da união
  • deterioração de patrimônio tombado

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