Esporte
‘Uh, vai ser preso’: vascaínos provocam Bolsonaro em estádio no DF; assista
Indiciado nos casos das joias, da falsificação de cartões de vacina e da tentativa de golpe, o ex-capitão teme denúncias da PGR


Torcedores do Vasco provocaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) durante o clássico contra o Fluminense, na quinta-feira 5, em Brasília, válido pela oitava rodada do Campeonato Carioca.
“Uh, vai ser preso”, gritaram torcedores em direção à dupla. Após a manifestação, o ex-capitão se dirigiu à saída e alguns vascaínos celebraram.
Pai e filho tampouco deram sorte ao Vasco: o Flu venceu por 2 a 1, com gols de Germán Cano e Thiago Silva — Philippe Coutinho marcou para o cruz-maltino.
Indiciado pela Polícia Federal nos casos das joias, da falsificação de cartões de vacina e da tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro teme denúncias da Procuradoria-Geral da República.
A principal investigação contra o ex-presidente mira a conspiração para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022.
No relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a PF afirmou que o golpe “não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”. A corporação enquadrou Bolsonaro e os demais indiciados nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Leia a conclusão da polícia sobre o papel de Bolsonaro na trama:
“Os dados descritos corroboram todo o arcabouço probatório, demonstrando que o então presidente da República JAIR BOLSONARO efetivamente planejou, dirigiu e executou, de forma coordenada com os demais integrantes do grupo desde [pelo menos] o ano de 2019, atos concretos que objetivavam a abolição do Estado Democrático de Direito, com a sua permanência no cargo de presidente da República Federativa do Brasil, fato que não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade, dentre as quais, destaca-se a resistência dos comandantes da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro BAPTISTA JUNIOR, e do Exército, General FREIRE GOMES e da maioria do Alto Comando que permaneceram fiéis à defesa do Estado Democrático de Direito, não dando o suporte armado para que o então presidente da República consumasse o golpe de Estado”.
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