Justiça
PF busca indícios de compra de votos após apreensão de R$ 1,1 milhão no Pará
Agentes foram às ruas nesta quinta em busca de novas evidências; a investigação começou antes das eleições do ano passado


Agentes da Polícia Federal (PF) foram às ruas nesta quinta-feira 30 para ações de busca e apreensão em meio a investigações sobre possível compra de votos no município de Tucuruí (PA). O caso começou dois dias antes das eleições municipais do ano passado, quando houve apreensão de 1,1 milhão de reais em um avião de pequeno porte no aeroporto de Belém.
Há suspeita de que o dinheiro tenha sido usado para tentar garantir a reeleição de Alexandre Siqueira (MDB) – ele de fato venceu a eleição, com 51,6% dos votos, contra 47% de Eliane Lima (Solidariedade) e 1,39% de Claudiney Furman (PRTB).
As buscas desta quinta acontecem em Tucuruí (oito mandados), Belém (dois) e em Brasília (um). O prefeito é casado com a deputada federal Andreia Siqueira (MDB-PA).
CartaCapital tentou contato com Siqueira e com a prefeitura de Tucuruí, mas não teve sucesso até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações. O prefeito e a esposa deputada não se manifestaram nas redes sociais.
“A investigação indica a presença de um candidato à reeleição para chefe do Executivo municipal de um município relevante do estado do Pará. Mas não apenas dele. Também outros servidores públicos e não servidores públicos”, resumiu o delegado da PF responsável pelo caso, Iedo Sá Filho.
A apreensão
A apreensão do dinheiro, 1,149 milhão de reais em espécie, aconteceu no dia 4 de outubro, uma sexta-feira, dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais (Tucuruí, com menos de 200 mil eleitores, não tem segundo turno). Um policial militar que estava no avião interceptado no aeroporto de Belém foi preso. A aeronave foi apreendida.
Segundo a PF, a ação desta quinta tem o objetivo de ajudar a confirmar a suspeita de falsificação de documentos e o uso de uma empresa para lavagem de dinheiro movimentado para o crime eleitoral.
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