Justiça

PM não vê ligação entre suposto atirador e policiais da escolta de delator do PCC

A Corregedoria prendeu 15 pessoas nesta quinta-feira 16, na Operação Prodotes

PM não vê ligação entre suposto atirador e policiais da escolta de delator do PCC
PM não vê ligação entre suposto atirador e policiais da escolta de delator do PCC
Agentes fazem a perícia após assassinato a tiros no Aeroporto de Guarulhos. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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Os policiais militares integrantes da escolta ilegal de Vinícius Gritzbach, delator do PCC assassinado em novembro, não têm ligação com o PM suspeito da execução, informou nesta quinta-feira 16 a Corregedoria da corporação.

O órgão prendeu 15 policiais militares e cumpriu sete mandados de busca e apreensão nesta manhã, na Operação Prodotes.

“Até o momento não temos nenhum indicativo de que os policiais militares da escolta tenham relação com o atirador, por enquanto não temos isso”, disse o corregedor da PM, coronel Fábio Sérgio do Amaral.

Segundo o órgão, a investigação nasceu de uma denúncia anônima recebida em março de 2024, apontando possível vazamento de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados ao PCC.

O suspeito de assassinar Gritzbach no aeroporto de Guarulhos (SP) em novembro é o cabo Dênis Antônio Martins, preso temporariamente nesta quinta. A detenção ocorreu por suposta violação ao artigo 150 do Código Penal Militar, sobre organização de militares para praticar violência.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou ter sido possível constatar a presença de Martins no local do crime a partir de um trabalho da Corregedoria e do Centro de Inteligência da PM. Inicialmente, o cabo não estava entre os investigados.

“Essa prisão temporária de 30 dias é o tempo necessário que nós temos também para robustecer esse corpo probatório e para solicitar a conversão de prisão temporária para prisão preventiva”, disse Derrite.

Os outros 14 presos estavam ligados à escolta ilegal de Gritzbach, dois deles tenentes. “Um oficial era o chefe que gerenciava a segurança pessoal ilícita do Vinícius. Um outro oficial favorecia alguns policiais militares com a escala, dava folgas para os policiais, fazia intermediação de escalas para os policiais”, detalhou o corregedor.

Morto em 8 de novembro, Gritzbach tinha problemas com o PCC, especialmente por ter mandado matar dois integrantes da facção criminosa. Ele chegou a fechar um acordo de delação premiada com a Justiça, mas já estava “jurado” de morte.

Gritzbach foi alvejado ao desembarcar no terminal 2 do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, quando voltava de uma viagem a Alagoas. Um motorista por aplicativo que estava no local foi atingido e também morreu.

Veja os nomes dos policiais presos, segundo a TV Globo:

  1. Abraão Pereira Santana (soldado)
  2. Adolfo Oliveira Chagas (soldado)
  3. Alef de Oliveira Moura (soldado)
  4. Denis Antonio Martins (cabo)
  5. Erick Brian Galioni (soldado)
  6. Giovanni de Oliveira Garcia (tenente)
  7. Jefferson Silva Marques de Souza (soldado)
  8. Julio Cesar Scalett Barbini (cabo)
  9. Leandro Ortiz (cabo)
  10. Leonardo Cherry Souza (cabo)
  11. Romarks Cesar Ferreira Lima (cabo)
  12. Samuel Tillvitz da Luz (soldado)
  13. Talles Rodrigues Ribeiro (soldado)
  14. Thiago Maschion Angelim da Silva (tenente)
  15. Wagner de Lima Compri Eicardi (cabo)

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