Justiça

Dino dá novo prazo para que Câmara responda ‘objetivamente’ sobre emendas

O ministro se manifestou após a Casa Legislativa encaminhar ofício negando irregularidades no uso dos recursos

Dino dá novo prazo para que Câmara responda ‘objetivamente’ sobre emendas
Dino dá novo prazo para que Câmara responda ‘objetivamente’ sobre emendas
Ministro Flávio Dino, durante sessão plenária do STF. Foto: Gustavo Moreno/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, deu prazo até as 20h desta sexta-feira 27 para que a Câmara dos Deputados responda ‘objetivamente’ quatro perguntas sobre as emendas de comissão ainda pendentes de pagamento.

O magistrado sustentou que as informações prestadas pela Câmara, em ofício encaminhada nesta sexta-feira, não respondem aos questionamentos feitos anteriormente pelo ministro, que os retomou em forma de questionário. No documento, a Casa Legislativa negou irregularidades e afirmou que os recursos foram utilizados com o aval do governo federal.

“Lamentavelmente, da Petição hoje protocolada pela Câmara dos Deputados não emergem as informações essenciais, que serão novamente requisitadas, em forma de questionário para facilitar a resposta”, registrou Dino em novo despacho.

O ministro formulou os seguintes questionamentos à Câmara:

1. Quando essas emendas foram aprovadas pelas comissões?
2. Houve indicações adicionais incluídas na lista após as reuniões das comissões temáticas da Câmara? Se sim, quem fez essas indicações e quem as aprovou?
3. De que forma a resolução de 2006 do Congresso Nacional que disciplina a Comissão Mista de Orçamento (CMO) prevê o rito dessas emendas?
4. Se não estiverem nessa resolução, onde estão as regras usadas pelo Congresso para aprovar essas emendas?

Na nova peça, o ministro afirmou que o STF tem atuado para viabilizar a plena execução orçamentária e financeira com a “efetiva entrega de bens e serviços à sociedade”, nos termos da Constituição Federal e das leis nacionais.

“Entretanto, aproxima-se o final do exercício financeiro, sem que a Câmara dos Deputados forneça as informações imprescindíveis, insistindo em interpretações incompatíveis com os princípios constitucionais da TRANSPARÊNCIA e da RASTREABILIDADE, imperativos para a regular aplicação de recursos públicos”, registrou.

O ministro suspendeu pagamento de mais de 4 bilhões de reais em emendas parlamentares e ainda determinou a abertura de um inquérito para a Polícia Federal apurar a liberação dos valores. A decisão atende a uma solicitação do PSOL, que apontou irregularidades na destinação de 5.449 emendas, totalizando 4,2 bilhões de reais, “sem aprovação prévia e registro formal pelas comissões, sob o pretexto de ‘ratificar’ as indicações previamente apresentadas pelos integrantes das comissões”.

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