Política

Futuro ministro do STM, general diz que país vive ‘tempos incertos’ e que Exército é ‘instituição de Estado’

Guido Amin Naves se despediu do Comando Militar do Sudeste, que chefiava

Futuro ministro do STM, general diz que país vive ‘tempos incertos’ e que Exército é ‘instituição de Estado’
Futuro ministro do STM, general diz que país vive ‘tempos incertos’ e que Exército é ‘instituição de Estado’
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza: 1ª Parte: Indicação de autoridades: indicado para o cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), general do Exército Guido Amin Naves - em pronunciamento. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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Futuro ministro do Superior Tribunal Militar, o general do Exército Guido Amin Naves disse considerar que “os tempos instáveis” vividos pelo Brasil atualmente causam aflição à corporação e reforçou o compromisso com a legalidade. As declarações foram dadas nesta terça-feira, durante evento que marcou sua despedida do Comando Militar do Sudeste (CMSE, com jurisdição no estado de São Paulo).

“É preciso muita força de caráter, de ideal, muita coragem moral para tomar muitas decisões que precisam ser tomadas nesse contexto”, afirmou o militar a jornalistas após discursar na solenidade. “Temos uma série de questões dos Três Poderes, e o Exército, como instituição do Estado, passa por uma angústia pelos caminhos que as coisas vão tomar”.

Com 43 anos de carreira militar, Amin dirigiu o CMSE durante um ano e oito meses. Em seu lugar, assume o general Pedro Celso Coelho Montenegro. O comandante-geral do Exército, general Tomás Miguel Paiva, esteve na cerimônia.

A mensagem do futuro ministro do STM ocorre enquanto investigações miram integrantes do Exército acusados de envolvimento em uma articulação golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições de 2022.

No último sábado, a Polícia Federal prendeu o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão bolsonarista, sob suspeita de obstruir as apurações a respeito do golpe.

Em seu discurso, Amin parabenizou o atual comandante da Força por conduzi-la “em momentos tão incertos como desafiadores, diante de situações difíceis e da incompreensão de tantos”. E completou: “Sou testemunha ocular do seu esforço, resiliência, preocupação com a Força e com seus subordinados e acertos na condução do Exército”.

O general foi indicado pelo presidente Lula (PT) para uma das vagas abertas na Corte Militar. Ele deve assumir a cadeira em janeiro. Como membro do STM, poderá participar o julgamento de ações sobre oficiais acusados de envolvimento no plano de golpe.

Cabe à Justiça Militar decidir sobre a cassação de suas patentes e também julgar crimes militares que podem ter sido cometidos em conjunto com os crimes comuns, cuja atribuição para julgamento é do Supremo Tribunal Federal.

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