Mundo
China restringe exportações aos EUA de componentes cruciais de semicondutores
No comunicado sobre o anúncio, Pequim acusa Washington de ter ‘politizado e transformado em arma as questões econômicas, comerciais e tecnológicas’


A China anunciou nesta terça-feira (3) restrições nas exportações para os Estados Unidos de componentes essenciais para a fabricação de semicondutores eletrônicos em resposta a medidas similares tomadas na segunda-feira por Washington contra o gigante asiático.
Entre os materiais afetados estão o gálio, o antimônio e o germânio, detalhou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado.
Estes metais podem ser usados em tecnologias duais, ou seja, aquelas que podem ser mobilizadas tanto com fins civis como militares.
As exportações de grafite, outro componente crucial dos semicondutores, também estarão sujeitas “a revisões mais estritas dos usos e usuários finais”, afirmou o Ministério.
“Para salvaguardar os interesses de segurança nacional e cumprir com as obrigações internacionais como a não proliferação, a China decidiu reforçar os controles da exportação em artigos de uso dual para os Estados Unidos”, justificou.
A partir de agora, qualquer venda aos Estados Unidos desses componentes deverá contar com uma licença da administração chinesa. Além disso, todas as exportações “com usos militares” ficam estritamente proibidas.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira um novo pacote de restrições à exportação para a China de semicondutores e material para fabricá-los.
Com as novas medidas, esse departamento deverá emitir uma autorização adicional às vendas a 140 empresas chinesas, entre elas as empresas de chips Piotech e SiCarrier ou o grupo Naura Technology, que produz equipamentos para fabricá-los.
Sob a presidência de Joe Biden, os Estados Unidos adotaram diversas medidas para restringir as exportações para a China de chips de última geração que podem ser usados em sistemas de armas avançados ou inteligência artificial.
Em seu comunicado, o ministério chinês acusa Washington de ter “politizado e transformado em arma as questões econômicas, comerciais e tecnológicas”.
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