Justiça
Executivo da Engevix cita parcialidade de Moro e pede anulação de processo da Lava Jato
Ex-vice-presidente da construtora foi condenado em dois processos ligados à operação, e sustenta, agora, que foi apenas usado como ‘ponte’ pelo ex-juiz no caso parcial contra Dirceu


O ex–vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada, quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) anule a sua condenação no âmbito da Operação Lava Jato.
A defesa do executivo ingressou com um pedido ao ministro Gilmar Mendes, responsável pelo caso, para que o magistrado considere os mesmos fundamentos utilizados no processo que anulou as decisões do ex-juiz Sergio Moro contra o ex-ministro José Dirceu (PT).
Moro foi considerado suspeito nos casos em que julgou Dirceu. Assim, para a defesa de Almada, como a condenação de Dirceu só foi possível graças à condenação do executivo, o Supremo deve também anular a decisão deste caso.
Almada foi condenado em dois processos ligados à Lava Jato. No primeiro, ele foi condenado, inicialmente, a 19 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na segunda instância, a pena foi elevada para 34 anos e 20 dias de prisão.
No segundo processo, ele sofreu uma pena de 15 anos e seis meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em 2018, mas solto em 2019.
“Gerson, assim, foi apenas a ‘ponte’, o ‘elo’ necessário para sustentar a denúncia e posterior condenação do ex-ministro, mesmo tendo comprovado a saciedade que os contratos foram regulares e os serviços prestados”, diz a defesa de Almada no trecho principal do pedido.
O argumento não é novo, já, antes, a defesa também já tinha pedido ao ministro Edson Fachin a anulação dos processos. Para a defesa, Moro “selecionava as ações penais que iria processar com base em critérios subjetivos e discricionários e que revelam a quebra da imparcialidade”.
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