Justiça
Ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil se torna réu em ação por improbidade administrativa
MP acusa ex-prefeito de pressionar empresa para pagar por pesquisa eleitoral


A Justiça de Minas Gerais aceitou uma denúncia do Ministério Público (MP) contra Alexandre Kalil (Republicanos), tornando o ex-prefeito de Belo Horizonte réu em uma ação por improbidade administrativa.
A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) foi tomada na última quarta-feira 23.
Segundo o MP, Kalil teria pressionado uma empresa contratada pelo prefeitura de Belo Horizonte a pagar pela realização de uma pesquisa eleitoral em 2021. O objetivo seria avaliar a viabilidade da candidatura do então prefeito para o governo do estado.
O órgão apontou que o financiamento da pesquisa foi uma condição imposta por Kalil para renovar o contrato de publicidade no valor de 46 milhões de reais com a empresa Perfil 252.
Esses elementos caracterizariam o crime de improbidade administrativa, segundo o MP. Assim, o órgão pede à Justiça que Kalil seja declarado inelegível por 14 anos.
O ex-prefeito não é o único denunciado. O MP-MG também denunciou Carlos Eduardo Porto Moreno, conhecido como Cacá Moreno, o dono da empresa citada, além de dois ex-secretários da gestão Kalil: Aldaclever Lopes (que foi responsável pela pasta de Governo) e Adriana Branco (Comunicação).
A denúncia também aponta que a pesquisa eleitoral citada custou 60 mil reais, e que o levantamento foi feito pelo instituto MDA. Esse montante teria sido pago por Cacá Moreno em duas parcelas. Os secretários mencionados teriam sido os responsáveis por pressionar o empresário. Na denúncia, o MP apresentou áudios e mensagens que mostrariam a negociação forçada.
Kalil nega que tenha praticado qualquer ilegalidade. “Esse processo só existe porque fui procurado pelo Ministério Público para fazer um acordo que evitaria o nascimento do processo. Eu neguei fazer qualquer acordo porque nunca pratiquei nada de ilegal”, disse, em nota.
Segundo Kalil, “quem tem medo de investigação é bandido”. “Graças a Deus, não é o meu caso. Já reviraram minha vida e nunca encontraram nada. Esse contrato de publicidade que falam é da época da gestão anterior à minha e ele não sofreu reajuste quando fui prefeito”, afirmou.
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