Justiça

A ironia de Moraes sobre acusações de comunismo em julgamento no STF

As declarações ocorreram durante a votação que decidirá se é constitucional a quebra de sigilo do histórico de buscas na internet

A ironia de Moraes sobre acusações de comunismo em julgamento no STF
A ironia de Moraes sobre acusações de comunismo em julgamento no STF
Ministro Alexandre de Moraes, durante sessão plenária do STF. Foto: Fellipe Sampaio /STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes fez uma brincadeira sobre comunismo na sessão plenária desta quarta-feira 16. Na ocasião, ele comentava o funcionamento da publicidade na internet.

“Falei que queria comprar um carro vermelho e nunca mais parei de receber propaganda. Com certeza, estou sendo grampeado”, disse o magistrado. Na sequência, em tom de piada, o ministro Flávio Dino disse que “carro vermelho já é suspeito, mesmo”.

“Obviamente, em virtude do meu comunismo, eu só consulto carro vermelho, gravata vermelha. Terno vermelho é meio cafona. Então, esse não”, completou Moraes. O ministro é um dos principais alvos de bolsonaristas nas redes sociais e não são raras as publicações que tentam associá-lo ao comunismo.

As declarações ocorreram durante o julgamento em que o STF decidirá se é constitucional a quebra de sigilo do histórico de buscas feitas por um grupo indeterminado de usuários da internet.

O ministro André Mendonça suspendeu a votação com um pedido de vista nesta quarta e, agora, não há uma data definida para retomar o julgamento. Até aqui, o placar para validar o acesso a históricos suspeitos está em 2 a 1.

O Supremo determinará se é legítima a requisição judicial de registros de conexão à internet de um grupo indeterminado para fins de investigações criminais.

O julgamento é motivado por um recurso do Google contra decisões de outras instâncias do Judiciário que autorizaram a quebra de sigilo de todas as pessoas que realizaram buscas na plataforma nos dias anteriores ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.

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