Política
Quem é Lucas Pavanato, o influencer de direita que se tornou o vereador mais votado em SP
O político do PL aposta em uma fórmula já consagrada nas redes sociais para promover pautas conservadoras e espalhar pânico moral contra pessoas LGBTs


Aos 26 anos, Lucas Pavanato (PL) acumula 1,2 milhões de seguidores nas redes sociais e foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo, com 161,3 mil votos, neste domingo 6. Sem prévia experiência política, o influencer bolsonarista assumirá o posto na Câmara Municipal da maior cidade do País em 2025.
Apoiador de Pablo Marçal (PRTB) e apadrinhado por Nikolas Ferreira (PL), Pavanato assumiu postura semelhante à do ex-coach durante a corrida eleitoral ao utilizar as redes sociais para provocar adversários e ganhar projeção em cima de temas conservadores.
Utilizando-se da fórmula pronta da extrema-direita para as redes sociais, Pavanato posa com a camiseta da CBF ao lado de figuras já conhecidas da direita, como Jair Bolsonaro e Silas Malafaia. Além das fotos, aposta em cortes de podcasts, declarações sensacionalistas e provocações contra seus adversários.
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Entre as pautas mais defendidas em seus vídeos, destaca-se o combate à chamada ‘ideologia de gênero’ – um espantalho criado pela extrema-direita para tolher a cidadania de pessoas LGBT+. Pavanato centra seus ataques às pessoas trans, ridicularizando o uso de banheiros conforme o gênero e espalhando o pânico moral em relação à infância. Entre seus objetivos, ele já afirmou que tentará “acabar com a redesignação sexual”.
Emulando Nikolas Ferreira, o futuro vereador paulistano usa perucas e protagoniza esquetes de ‘humor’ preconceituosas e mal roteirizadas; Ele também se aproveita de temas controversos, como a recente comoção envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif, erroneamente acusada de ser uma mulher trans, para promover piadas de cunho transfóbico.
Lucas Pavanato utiliza do duplo sentido em meio à polêmica da atleta argelina acusada falsamente de ser uma mulher trans durante as Olimpíadas de Paris. Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Em outra publicação no formato de esquete, Pavanato ridiculariza identidades de gênero transmasculinas, insinuando ignorância e sugerindo que a autoidentificação vem de alguém que “não sabe nem o próprio sexo”. Ele também recorre ao estigma de que pessoas LGBT+ trazem vergonha às suas famílias, usando a expressão “meu pai chora no banho”.
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