Economia

Tesouro pode se apropriar de recursos esquecidos em contas bancárias? STF deve decidir

O caso envolve a lei formulada para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores até o fim de 2024

Tesouro pode se apropriar de recursos esquecidos em contas bancárias? STF deve decidir
Tesouro pode se apropriar de recursos esquecidos em contas bancárias? STF deve decidir
Foto: Marcello Casal / Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O Supremo Tribunal Federal recebeu uma ação contra a lei que permite ao Tesouro Nacional se apropriar de valores relativos a depósitos judiciais de processos encerrados e de recursos “esquecidos” em contas bancárias.

Segundo a Lei 14.973/2024, esses recursos passarão ao domínio da União, além de serem considerados receita orçamentária primária e contabilizados para verificação do cumprimento de metas orçamentárias e fiscais.

Trata-se de uma lei formulada para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores até o fim de 2024, retomando gradualmente a tributação até 2027.

Entre as medidas de compensação da desoneração está a possibilidade de direcionar ao Tesouro Nacional valores esquecidos em contas bancárias sem movimentação há vários anos e não resgatados pelos interessados no prazo de 30 dias. As contas serão divulgadas pelo governo por meio de um edital.

O dono da conta poderá requerer a devolução do dinheiro no âmbito administrativo. Em caso negativo, poderá acionar a Justiça, mas para isso terá um prazo máximo de seis meses a partir da divulgação do edital.

De acordo com dados do Banco Central, há cerca de 8,56 bilhões de reais em recursos esquecidos disponíveis para saque.

A ação apresentada ao STF partiu do PP. O partido alega que a apropriação viola o direito de propriedade, além de princípios como do devido processo legal e da segurança jurídica. O relator do caso será o ministro Edson Fachin.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo