Justiça
O novo revés de Marçal nas redes sociais – e o alerta da Justiça ao Discord
Big techs recorreram da decisão que suspendeu os perfis do ex-coach, sob o argumento de que a abrangência foi excessiva


O juiz Antonio Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, rejeitou um recurso do X e do Google contra a decisão de 24 de agosto que suspendeu os perfis originais de Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais.
A ordem de Zorz ocorreu em uma representação da campanha de Tabata Amaral (PSB). O argumento é que Marçal cometeu irregularidades nas redes, como abuso de poder econômico, ao remunerar eleitores que divulgassem trechos de vídeos do ex-coach.
As big techs apresentaram embargos de declaração contra a decisão, sob o argumento de que a abrangência foi excessiva. A alegação não convenceu o magistrado, conforme despacho assinado na última segunda-feira 16.
“É necessário que permaneçam suspensas as contas originais, tendo sido permitida a criação de novas contas exatamente para finalizar com a propaganda antecipada e irregular inercial correspondente à monetização de cortes de vídeos.”
O PSB, por sua vez, apontou ao juiz um suposto descumprimento da primeira decisão por Marçal, que teria incentivado pessoas a impulsionarem seus conteúdos. Sustentou também que um funcionário do candidato teria demonstrado como ganhar dinheiro com os cortes em uma comunidade no Discord.
“Inicialmente, determina-se notificação da comunidade ‘Discord’, devendo ser suspensa de imediato as atividades ligadas ao candidato na dita plataforma que digam respeito a corte e remuneração de pessoas que divulgam conteúdo do candidato até o final das eleições”, escreveu o juiz.
O Discord tem 48 horas para informar se recebeu em agosto alguma comunicação de Marçal sobre o cumprimento da decisão orginal. O empresário e sua candidata a vice-prefeita, Antonia de Jesus, devem responder no mesmo prazo se encaminharam a ordem à plataforma, conforme determinado por Zorz no mês passado.
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