Economia
Silveira afirma que deve propor a Lula volta do horário de verão
A medida seria necessária diante da severa escassez hídrica, que vem reduzindo os reservatórios das hidrelétricas


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que o retorno do horário de verão no Brasil pode acontecer em até 30 dias durante entrevista a uma rádio de Minas Gerais nesta segunda-feira 16. O retorno dessa política, contudo, precisará do aval do presidente Lula (PT).
A medida seria necessária diante da severa escassez hídrica, que vem reduzindo os reservatórios das hidrelétricas, e da queda da geração solar e eólica entre 18h e 20h, segundo o ministro. “É o momento em que a gente deixa de gerar a solar, diminui a eólica, que são as energias intermitentes, e nós precisamos despachar térmicas”, disse Silveira.
O assunto já havia sido discutido por Silveira na semana passada, quando o governo divulgou que a medida é uma das alternativas na mesa para evitar um racionamento de energia. Nas duas ocasiões, o ministro também afirmou que o horário de verão tem impacto positivo na economia, pois “aquece” o turismo e o movimento de bares e restaurantes.
Nesta terça-feira, ele participa de reunião extraordinária no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico com objetivo de discutir medidas de combate à seca e o impacto nos reservatórios.
“Vamos avaliar o contexto, e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final”, explicou Silveira. “Tudo leva a crer que há uma necessidade, para não deixar a conta de energia subir”.
O horário de verão foi criado pela 1ª vez, em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Foi interrompido no ano seguinte e só passou a ser adotado de forma permanente em 1985, na gestão José Sarney.
Está suspenso desde 2019 por decisão do governo de Jair Bolsonaro (PL). Trata-se de um mecanismo marcado por controvérsias, tanto na opinião popular como na de especialistas sobre sua eficácia em auxiliar o sistema elétrico.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Oposição denuncia cerco e corte de energia na embaixada da Argentina na Venezuela
Por AFP
Associação de bares e restaurantes defende retomada do horário de verão
Por CartaCapital