Economia

Por que o governo quer acabar com o horário de verão?

O anoitecer postergado favorece o setor de lazer: movimento em bares chega a crescer 20% e em restaurantes, 10%

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Apoie Siga-nos no

Sob o governo de Jair Bolsonaro, o País não terá mais horário de verão. Em café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira 5, Bolsonaro disse que o fim do horário de verão está ‘quase certo’. Segundo ele, o assunto já foi discutido com o ministro de Minas e Energia.

Mais tarde, Bolsonaro disse que a decisão de acabar com o horário de verão foi baseada em um parecer do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que aponta pouca efetividade na economia energética.

“Ele [ministro] trouxe um parecer 100% favorável ao fim do horário de verão. No parecer dele, [o horário de verão] não causa economia [de energia] para nós e mexe no teu relógio biológico, então atrapalha a economia, em parte. E só temos o que ganhar, no meu entender, mantendo o horário como está”, disse Bolsonaro.

A promessa provocou uma onda de repercussão nas redes sociais, e vem dividindo opiniões. A hashtag #Horáriodeverão é um dos assuntos mais comentados no Twitter. Mas quais são as razões, afinal, para acabar com a medida?

O horário de verão vigora desde 1931 como estratégia para economia de energia, já que as pessoas chegavam em casa e ligavam os chuveiros, gerando pico de energia e desperdício. Mais recentemente, associações e pesquisadores dizem que a mudança já não faz sentido do ponto de vista energético — o grande vilão do consumo elétrico é o ar-condicionado, que passa maiores períodos ligados. A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) aponta, inclusive, um aumento no consumo de eletricidade nos últimos anos.

Por outro lado, o anoitecer postergado favorece o setor de lazer. A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo calcula que o movimento em bares chega a crescer 20% durante o horário de verão. Em restaurantes, esse aumento é de 10%.

O movimento para acabar com o horário de verão no Brasil já havia começado em 2017, no governo Temer. Mas o ex-presidente evitou bater o martelo, justamente porque essa é uma questão polêmica. No ano passado, porém, o período de horário diferenciado encolheu: foi de 4 de novembro de 2018 a 16 de fevereiro, a pedidos do TSE para não comprometer a divulgação dos resultados das eleições.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo