Sociedade
Vítimas da Braskem protestam durante encontro do G20 em Maceió
No início de julho, o Tribunal de Justiça da Holanda apontou responsabilidade da Braskem no desastre ambiental e mandou a petroquímica pagar indenizações a pelo menos nove atingidos


Vítimas do afundamento de bairros em Maceió, provocado pelos anos de exploração de sal-gema pela Braskem, farão um ato de protesto em frente ao hotel da capital alagoana onde líderes do G20 se reúnem nesta sexta-feira.
A ideia do MUVB (Movimento Unificados de Vítimas da Braskem) é chamar atenção dos ministros da Economia dos países-membros do G20 para a luta em busca de reparação pelos danos da mineração. A agenda do Grupo de Trabalho de Economia Digital teve início na segunda-feira e envolve discussões sobre combate à desinformação e inclusão digital, entre outros temas.
Uma carta aberta divulgada pela organização cobra que a cúpula internacional “considere em suas discussões a necessidade de medidas mais rigorosas para responsabilizar empresas transnacionais por crimes ambientais que cometem”. Também pede ações concretas com objetivo de evitar que as vítimas do afundamento sejam esquecidas.
“Nosso sofrimento não pode ser ignorado, e acreditamos que, juntos, podemos construir um futuro mais justo e sustentável para todos”, diz o documento.
No início de julho, o Tribunal de Justiça da Holanda apontou responsabilidade da Braskem no desastre ambiental e mandou a petroquímica pagar indenizações a pelo menos nove moradores que precisaram deixar suas casas.
As vítimas acionaram a Corte internacional após considerarem que os acordos firmados pela empresa no Brasil seriam insuficientes para compensar as perdas. O valor definido em arranjo firmado no ano passado é de 40 mil reais por núcleo familiar.
O sal-gema é matéria-prima à produção de soda cáustica e cano PVC. Sua exploração é apontada pelo Serviço Geológico do Brasil como causa da abertura de crateras subterrâneas que abriram rachaduras em ruas, prédios e casas e prejudicaram ao menos 60 mil moradores de bairros localizados às margens da Lagoa Mundaú, na capital alagoana.
Leia a carta aberta do MUVB endereçada aos líderes do G20:
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