Sociedade
Missão humanitária da Comissão Arns visita terras indígenas no PR e MS
O objetivo é prestar solidariedade aos Guarani, ouvir as comunidades e articular apoio às demandas


Organizações da sociedade civil e de defesa dos direitos humanos, entidades indígenas e parlamentares iniciam nesta quarta-feira 11 uma missão humanitária por territórios do Paraná e do Mato Grosso do Sul retomadas pelas etnias Ava-Guarani e Guarani Kaiowá que estão no centro de conflitos com ruralistas.
Integram o grupo representantes do Conselho Indigenista Missionário, da Comissão Arns, MST, Comissão Pastoral da Terra, do Ministério dos Povos Indígenas, Funai, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e da Defensoria Pública da União, entre outros. A comitiva contará com escolta de agentes da Polícia Rodoviária Federal.
O objetivo da missão humanitária é prestar solidariedade aos Guarani, ouvir as comunidades e articular apoio às demandas e direitos humanos dos povos originários. Nas últimas semanas, o Conselho Indigenista Missionário registrou um aumento no número de ataques aos povos originário.
Segundo o Cimi, há risco iminente de despejo ilegal e forçado em áreas ocupadas pelos guarani kaiowá no MS. No oeste paranaense, o Conselho registrou um episódio de incêndio criminoso contra a aldeia tekoha Tata Rendy, dos ava guarani.
São duas dezenas de Guarani feridos em ao menos dez ataques de grande porte nos dois estados. Entre os feridos a tiros, três estão com balas alojadas pelo corpo.
Os episódios de tensão nos territórios não são recentes e têm como pano de fundo o processo de demarcação liderado pela Funai, interrompido por ordem judicial em 2018. Mas a aprovação da tese do marco temporal no Congresso acirrou os ânimos dos ruralistas, segundo lideranças indígenas.
A missão é organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso com os Povos Guarani. O grupo desembarca nesta quarta nas terras indígenas localizadas entre os municípios de Terra Roxa e Guaíra, no oeste do Paraná, onde estão os povos Avá-Guarani. De lá, vão para Dourados, no Mato Grosso do Sul, para uma visita à TI Panambi Lagoa Rica.
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