Justiça

Rede vai ao STF para derrubar a PEC da Anistia

O caso tramitará na Corte sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin

Rede vai ao STF para derrubar a PEC da Anistia
Rede vai ao STF para derrubar a PEC da Anistia
Plenário do Senado Federal durante sessão solene destinada à promulgação da Emenda Constitucional nº 133 de 2024, referente à Proposta de Emenda à Constituição nº 9, de 2023, que impõe aos partidos políticos a obrigatoriedade da aplicação de recursos financeiros para as candidaturas de pessoas pretas e pardas; estabelece parâmetros e condições para regularização e refinanciamento de débitos de partidos políticos; e reforça a imunidade tributária dos partidos políticos conforme previsto na Constituição Federal. Senador Dr. Hiran (PP-RR) faz leitura dos autógrafos da Emenda Constitucional. Mesa: 3º suplente da Mesa do Senado Federal, senador Dr. Hiran (PP-RR); vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP); diretora da Secretaria Legislativa do Congresso Nacional, Roberta Lys de Moura Rochael. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

A Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira 27 com o objetivo de anular a PEC da Anistia, que pode perdoar cerca de 23 bilhões de reais em multas impostas a partidos que não cumpriram a cota de recursos a candidaturas de mulheres e negros nas eleições.

O texto foi promulgado na semana passada pelo Congresso Nacional, em sessão esvaziada. A ação da Rede também é assinada pela Federação Nacional das Associações Quilombolas. O ministro Cristiano Zanin foi sorteado relator do caso.

Na avaliação das entidades, a proposta cria um “precedente perigoso à integridade das normas constitucionais e das políticas de inclusão social, pois sinaliza que novas violações às regras de destinação de recursos para populações vulneráveis poderão ser cometidas, com a expectativa de que, no futuro, novas anistias venham a ser aprovadas”.

A representação ainda menciona uma emenda constitucional aprovada em 2022 que concedeu benefícios a legendas em situação irregular. “Essa reiteração de anistias representa afronta grave e potencializada ao ordenamento jurídico, especialmente porque exime os partidos políticos da responsabilidade por desvio de recursos que deveriam ser destinados à promoção da participação política de afro-brasileiros e mulheres.”

Os itens discutidos na PEC da Anistia já valerão nas eleições municipais deste ano. O texto reduz de 50% para 30% a proporção de recursos dos fundos eleitoral e partidário para impulsionar as candidaturas de pessoas negras.

De acordo com a PEC, embora haja anistia a penalidades nesse caso, os recursos não aplicados corretamente para negros deverão ser compensados a partir de 2026. O prazo para a compensação será de até quatro pleitos.

A proposta ainda viabiliza um amplo perdão para outras irregularidades em prestações de contas eleitorais, ao criar um programa de refinanciamento de dívidas partidárias e permitir a utilização de recursos do Fundo Partidário para pagar multas eleitorais.

Há também uma espécie de “perdão” a condenações de devolução de recursos públicos e multas aplicadas aos partidos e a seus institutos por irregularidades em processos administrativos ou judiciais e até mesmo em prestação de contas.

Neste caso, o mecanismo valerá para punições decididas há mais de cinco anos ou para casos em que o partido não tiver quitado a condenação em um período superior a cinco anos. A PEC também prevê que União, estados e municípios não poderão criar impostos sobre os partidos, bem como institutos e fundações ligados e mantidos pelas siglas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo