Justiça
Juiz nega pedido para suspender imediatamente a candidatura de Pablo Marçal
A suspeita do MPE é que o ex-coach esteja turbinando a própria audiência nas redes com impulsionamento irregular


O juiz Antônio Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, rejeitou nesta terça-feira 27 um pedido do Ministério Público Eleitoral para suspender, em caráter liminar, o registro da candidatura de Pablo Marçal (PRTB) a prefeito da capital paulista. Cabe recurso contra a determinação.
O argumento do MPE é que o ex-coach turbina a própria audiência nas redes sociais com impulsionamento irregular de publicações, omitindo o dinheiro utilizado para isso – uma conduta vedada pela legislação eleitoral. O órgão menciona indícios de abuso de poder político e econômico no caso.
Para Zorz, porém, o Ministério Público não demonstrou por que o ajuizamento da ação caracterizaria “fator impeditivo à continuidade da tramitação do requerimento de registro de candidatura do réu”.
“Desrespeitar o rito do registro de candidatura violaria o princípio do devido processo legal previsto na Constituição”, escreveu o magistrado. De acordo com ele, conceder a liminar solicitada pelo MPE geraria “perigo de irreversibilidade da decisão”, devido à proximidade da eleição.
Segundo o diretório municipal do PSB, que motivou a ação do Ministério Público, Marçal adotou uma “estratégia de cooptação de colaboradores para disseminação de seus conteúdos em redes sociais e serviços de streaming que, com os olhos voltados para as eleições, se reveste de caráter ilícito e abusivo”.
Na avaliação da Promotoria, essa estratégia, se comprovada, tem o poder de desequilibrar o pleito.
O promotor Fabiano Petean ainda disse que a possível “omissão do dinheiro desempenhado para os pagamentos e impulsionamento” de publicidade é um “comportamento que depõe desfavoravelmente” ao registro de candidatura de Marçal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Marçal reconhece condenação por furto qualificado, mas minimiza: ‘Todo mundo erra’
Por CartaCapital
Por que grandes produtoras do funk paulista apoiam Pablo Marçal
Por Augusto Diniz
‘Dois lados da mesma moeda’: campanha de Boulos aposta em vincular Nunes e Marçal a Bolsonaro
Por Wendal Carmo