Justiça
Operação da PF faz buscas na residência de Mauro Carlesse, ex-governador de Tocantins
Político é alvo de operação que investiga possíveis fraudes em licitações em 2018


O ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse é alvo de operação da Polícia Federal (PF). A casa dele foi um dos endereços visitados pelos agentes que apuram possíveis crimes de fraude em licitação, que teriam sido registrados em 2018, quando ele ocupava o governo do estado.
A PF não divulgou detalhes sobre a operação, e informou que não realizaria entrevista coletiva sobre o caso e nem concederia entrevistas à imprensa. Entretanto, a TV Globo conseguiu confirmar a informação sobre a chegada da PF à residência do ex-governador.
Até as 11h30 desta segunda-feira, Carlesse não tinha se manifestado sobre a operação. Caso se manifeste, este texto será atualizado.
Segundo a PF, são mais de 100 agentes destacados para as diligências. Eles cumprem mais de 30 mandados de busca e apreensão e de medidas cautelares na capital Palmas e nas cidades tocantinenses de Gurupi e Dianópolis. Não há ordens de prisão nesta etapa da operação.
As fraudes investigadas foram registradas, segundo a PF, na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins. As investigações apontam para a contratação fraudulenta de empresa de serviços como locação de máquinas pesadas e caminhões e fornecimento de combustível para a Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto).
São investigados os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em nota, a atual Secretaria das Cidades, Habitação e Desenvolvimento Regional e a Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura informam que colaboram com a PF no cumprimento dos mandados.
Eleito duas vezes e afastado
Carlesse venceu duas eleições para o governo de Tocantins no mesmo ano, em 2018. Primeiro, uma eleição suplementar, realizada em junho, após cassação da chapa encabeçada pelo governador eleito em 2014, Marcelo Miranda (MDB). Depois, em outubro de 2018, foi o vencedor da eleição regular.
Ele ficou no cargo até ser afastado pelo Superior Tribunal de Justiça em novembro de 2021, e renunciou definitivamente em março de 2022. Na ocasião, quando era filiado ao PSL (então partido de Jair Bolsonaro), Carlesse foi acusado de crimes de responsabilidade em esquema para obtenção de vantagens ilícitas em serviços vinculados ao Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins.
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