Justiça
Ratinho vai responder na Justiça Federal por incitação à homofobia
Apresentador disse que a Parada do Orgulho LGBT+ não deveria acontecer na Avenida Paulista porque o lugar deveria ser deixado para as famílias


O apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, terá que responder na Justiça Federal por incitação à homofobia por comentários feitos em seu programa no SBT em 2023.
A 2ª Vara Criminal de Osasco (SP) atendeu a um parecer favorável do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e transferiu o caso para a Justiça Federal.
Os comentários do apresentador foram em junho de 2023. À época, o comunicador disse em seu programa que a Parada do Orgulho LGBT+ não deveria acontecer na Avenida Paulista porque o lugar deveria ser deixado para as famílias.
Segundo ele, o Sambódromo do Anhembi seria o local adequado para o “Carnaval dos viados e das sapatões”.
Ratinho foi então denunciado pelo ativista Agripino Magalhães Júnior. No processo, é pedida a indenização por danos morais no valor de 500 mil reais, além de uma retratação e uso de tornozeleira eletrônica.
Em depoimento feito em 22 de março de 2024, durante o inquérito aberto pela polícia, Ratinho afirmou que não teve a intenção de ofender ninguém e que apenas externou uma ideia.
Os crimes de homofobia são equiparados ao racismo e, por isso, devem ser julgados por varas federais, com penas que variam de um a três anos de prisão. Não há previsão para a realização do julgamento.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Eduardo Leite sanciona ‘Lei Vini Jr.’, que interrompe partidas em casos de racismo e homofobia
Por Caio César
Morre Eliseu Neto, o ativista que liderou a ação que criminalizou a homofobia no Brasil
Por CartaCapital