Justiça
Corregedoria da Polícia de São Paulo apura suposto vazamento em caso de Moraes
O procedimento surge após a Folha de S.Paulo noticiar suposto repasse de informações para um PM que teria ajudado o TSE a pedido da equipe do ministro


A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo confirmou a abertura de uma apuração sobre um suposto vazamento de informações para um policial militar que teria ajudado o Tribunal Superior Eleitoral a reunir informações a pedido da equipe do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O jornal Folha de S.Paulo noticiou nesta quarta-feira 15 que Wellington Macedo, um PM alocado no gabinete de Moraes, teria solicitado ao TSE a produção de relatórios a respeito de ameaças e vazamentos de dados pessoais do ministro e de familiares.
O destinatário dos pedidos, segundo o veículo, era Eduardo Tagliaferro, à época o chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Em uma das mensagens publicadas, ele diz a Macedo que usa senhas de acesso ao sistema da segurança pública de São Paulo graças a uma “relação de confiança” com um amigo policial.
A Secretaria de Segurança Pública paulista confirmou ter instaurado um procedimento na Corregedoria da Polícia Civil “para apurar eventual envolvimento de um policial civil no vazamento de informações citado pela reportagem”.
“O policial militar citado encontra-se regularmente afastado para exercer cargo em comissão junto ao STF”, completou a pasta, em nota.
Na quarta-feira 14, em sua primeira manifestação sobre o suposto uso informal do TSE em investigações do STF, Moraes disse que a solicitação de relatórios ao órgão de combate à desinformação do TSE era o “caminho mais eficiente para a investigação”, já que “naquele momento a Polícia Federal pouco colaborava”.
“Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete. Todos os procedimentos foram realizados no âmbito de inquéritos já existentes”, disse o magistrado. “E, obviamente, seria esquizofrênico eu, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, me auto-oficiar.”
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