Justiça

Justiça Federal se prepara para julgar Bolsonaro por alegações de fraude nas eleições de 2018

O julgamento da ação, movida pelo movimento Livres, ocorrerá na 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região

Justiça Federal se prepara para julgar Bolsonaro por alegações de fraude nas eleições de 2018
Justiça Federal se prepara para julgar Bolsonaro por alegações de fraude nas eleições de 2018
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Douglas Magno/AFP
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A Justiça Federal decidirá, na próxima quinta-feira 11, se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser obrigado a apresentar provas sobre alegações de fraude nas eleições de 2018, pleito que ele saiu vitorioso no segundo turno contra o candidato do PT, Fernando Haddad.

O julgamento da ação, movida pelo movimento Livres, ocorrerá na 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

A representação trata de uma declaração de Bolsonaro, feita em 2020 durante evento nos Estados Unidos. Na ocasião, o então presidente afirmou ter provas de que houve “fraude” no pleito e disse ter provas de que deveria ter liquidado a disputa no primeiro turno.

O ex-capitão, contudo, não apresentou qualquer indicativo oficial para justificar sua fala. À época, o então candidato do PSL à presidência obteve apenas 46% dos votos válidos, o que não foi suficiente para vencer as eleições.

Quando o processo foi apresentado, a Advocacia-Geral da União chegou a pedir seu arquivamento, sob alegação de que a manifestação pessoal do presidente “expressada de maneira informal” não poderia ser tomada como um ato formal. Uma juíza da primeira instância chegou a arquivar o caso com base no argumento da AGU, mas a decisão foi revertida.

O Ministério Público Federal se manifestou pela continuidade da ação. “Quando o presidente questiona o processo eleitoral, tem o dever de demonstrar todos os vícios que tem notícia. Esse verdadeiro atentado à democracia precisa ser esclarecido da forma mais célere e efetiva possível”, sustentou Irapuã Santana, consultor jurídico do Livres, a CartaCapital.

Não é a primeira vez que Bolsonaro tem de enfrentar a Justiça brasileira por descredibilizar o sistema eleitoral. O ex-presidente foi condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral em junho passado por reunir embaixadores para disseminar mentiras sobre as urnas eletrônicas.

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