Justiça

Promotor que xingou advogados no Paraná deve ser investigado pelo CNJ

O bate-boca aconteceu durante uma sessão no Tribunal de Cascavel (PR), na terça-feira 23

Promotor que xingou advogados no Paraná deve ser investigado pelo CNJ
Promotor que xingou advogados no Paraná deve ser investigado pelo CNJ
Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O Conselho Nacional do Ministério Público acionou o Conselho Nacional de Justiça, nesta quinta-feira 25, com uma reclamação disciplinar contra o promotor de Justiça Thiago Trevizoli Justo, por ofender advogados durante uma sessão de julgamento em Cascavel (PR). 

O pedido, assinado pelos conselheiros Rogério Varela e Rodrigo Badaró, argumenta que a conduta do promotor representa uma violação de dever funcional e “violação dos princípios éticos e morais essenciais ao exercício de suas funções no Ministério Público”. 

“Uma grave violação às prerrogativas da advocacia, ao livre exercício profissional e à dignidade da profissão reconhecida como essencial à administração da Justiça pela Constituição da República de 1988, em seu art. 133”, diz um trecho do documento.

O incidente ocorreu na terça-feira, 23, em uma sessão que julgava a morte de Ricardo Mauss, acusado de tráfico de drogas. O advogado Renan Pacheco Canto, junto com Cláudio Dalledone Júnior e Adriano Bretas, defendia oito acusados.

Durante a manifestação da defesa, o promotor Trevizoli acusou os advogados de serem financiados pelo tráfico de drogas.Um vídeo editado, que foi divulgado nas redes sociais, mostra o promotor usando palavrões como “safado”, “bosta” e “frouxo”.

A discussão levou o juiz Marcelo Carneval a encerrar a sessão, após intervenção de policiais militares para evitar agressão física entre os advogados e o promotor.

Em um documento enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os conselheiros destacaram que o comportamento do promotor foi “inaceitável” e afirmaram que “divergências de teses, entendimentos ou interpretações jurídicas jamais devem levar a ataques pessoais.”

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção de Cascavel, também se pronunciou, emitindo uma nota de repúdio. Descreveram o incidente como “gravíssimo” e uma violação das prerrogativas dos advogados em exercício.

Assista ao vídeo:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo