Justiça

‘Lava Jato terminou como uma organização criminosa’, diz Gilmar Mendes

Durante a operação, Gilmar Mendes foi figura central em decisões importantes para os rumos da Lava Jato

‘Lava Jato terminou como uma organização criminosa’, diz Gilmar Mendes
‘Lava Jato terminou como uma organização criminosa’, diz Gilmar Mendes
O ministro do STF, Gilmar Mendes. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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O decano do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou que a Operação Lava Jato “terminou como uma verdadeira organização criminosa”. A operação completa 10 anos neste domingo 17.

“Ela envolveu-se em uma série de abusos de autoridades, desvio de dinheiro, violação de uma série de princípios e tudo isso é de todo lamentável”, disse o ministro em entrevista à TV Brasil divulgada neste domingo.

Mendes ponderou ainda que a operação fez mal às instituições brasileiras. “Bem inspirada talvez, no início, ela acabou produzindo uma série de distorções no sistema jurídico político. Por isso, o meu balanço é marcadamente negativo”, declarou.

Durante a operação, Gilmar Mendes foi figura central em decisões importantes para os rumos da Lava Jato. Entre elas, a que declarou a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e anulou as ações penais contra Lula (PT). O magistrado também votou para considerar o ex-juiz Sergio Moro parcial em processos da operação.

O ministro ainda pontuou sobre a atuação do que chamou de “movimento político” encabeçado por Moro e Deltan Dallagnol.

“Moro [virou] o ministro da Justiça de Bolsonaro, Deltan Dallagnol, um ativista político. E a gente também descobriu, isso é uma coisa bastante peculiar, que o volume de dinheiro com o qual eles se envolviam também os estimulou a ter suas próprias empresas ou participar disso”.

“A gente descobre que esses nossos ‘combatentes da corrupção’ gostavam muito de dinheiro, o que é uma contradição nos próprios termos”, explicou.

Moraes relembrou o papel da Vaza Jato, série de reportagens mostrando a troca de mensagens o então juiz Sergio Moro, o então promotor Deltan Dallagnol e outros integrantes da Operação Lava Jato.

“É inegável que a Vaza Jato mostrou que o rei estava nu. Mostrou como eram feitos os pastéis e como eles eram malfeitos. Então, tudo aquilo que nós supúnhamos ou intuíamos foi confirmado”, completou o ministro.

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