Justiça
Justiça torna réus dois brasileiros acusados de envolvimento com o Hezbollah
Investigação apontou que o o grupo pretendia atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas


O Tribunal Regional Federal da 6ª Região tornou réus os brasileiros Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima, acusados de envolvimento com o grupo extremista Herzbollah. A decisão foi assinada pela juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima em 16 de fevereiro.
Abdulmajid, que está foragido deste novembro passado, é suspeito de recrutar brasileiros para a organização islâmica. O mandado de prisão preventiva contra ele foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Lima, por sua vez, permanece preso no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos, em São Paulo. Ele teria viajado ao Líbano para se encontrar líderes do Herzobollah, em meio ao suposto plano de recrutamento de pessoas para a prática de atos terroristas no Brasil.
A audiência de instrução e julgamento do brasileiro está agendada para 21 de março. Na ocasião, ele será interrogado por videoconferência e haverá a oitiva de uma testemunha de acusação e aquelas eventualmente indicadas pela defesa.
No final de janeiro, o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, rejeitou pedido da defesa de Lima e o manteve preso preventivamente. Para o magistrado, a continuidade da prisão se justificava diante dos indícios levantados na investigação e que ainda há análise pendente do caso na segunda instância.
A juíza responsável pelo caso ainda determinou o desmembramento das investigações para que novos inquéritos sejam abertos contra outros suspeitos de estarem envolvidos com o Hezbollah.
Em 8 de novembro de 2023, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. O objetivo da Operação Trapiche era “interromper atos preparatórios de terrorismo” e recolher provas de possível recrutamento de brasileiros para praticá-los.
À época, a investigação apontou que o o grupo pretendia atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas. Os alvos podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo.
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