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Netanyahu apresenta plano oficial de Israel para Gaza após a guerra
O documento foi distribuído a membros do gabinete de segurança de Israel


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, revelou pela primeira vez qual o seu plano para o futuro da Faixa de Gaza após a guerra contra o Hamas, que já dura quatro meses.
Segundo a agência internacional de notícias EFE, o documento, apresentado aos membros do gabinete de segurança de Israel na quinta-feira 22, inclui a “desmilitarização completa” do território palestino, o fechamento da fronteira sul do território com o Egito, bem como a revisão da administração civil e dos sistemas educativos de Gaza.
De imediato, Netanyahu indica a destruição do potencial militar e infraestrutura governamental do Hamas e da Jihad Islâmica, bem como, a libertação dos reféns.
Em seguida, Israel manteria o controle de segurança sobre todas as terras a oeste da Jordânia, incluindo a Cisjordânia ocupada e Gaza — territórios onde os palestinos querem criar um Estado independente.
Já em médio prazo, Netanyahu descreve a desmilitarização e a desradicalização como metas a serem alcançadas na “reabilitação da Faixa de Gaza”.
O premiê propõe ainda que Israel esteja presente na fronteira entre Gaza e Egito, no sul do enclave, e coopere com o Egito e os Estados Unidos nessa área para impedir tentativas de contrabando, inclusive na passagem de Rafah.
A longo prazo, ele rejeita expressamente o “reconhecimento unilateral” de um Estado palestino e diz que um acordo com os palestinos só será alcançado por meio de negociações diretas entre os dois lados — mas não menciona quem representaria o lado palestino.
Para substituir o domínio do Hamas em Gaza e, ao mesmo tempo, manter a ordem pública, Netanyahu sugere trabalhar com representantes locais “que não sejam afiliados a países ou grupos terroristas e que não sejam apoiados financeiramente por eles”.
Além disso, é mencionado o fechamento da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados palestinos e sua substituição por outros grupos de ajuda internacional.
O documento foi distribuído a membros do gabinete de segurança para iniciar uma discussão sobre o assunto.
A Autoridade Palestina, que administra a Cisjordânia, expressou oposição veemente ao plano.
“Se o mundo quer segurança e estabilidade na região, deve acabar com a ocupação israelense dos territórios palestinos e reconhecer o Estado palestino independente com Jerusalém como capital”, afirmou Abu Rudeineh, porta-voz de Mahmud Abbas, que administra o território palestino ocupado por Israel desde 1967.
(Com informações da AFP)
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