Economia

Reoneração da folha deve ser enviada ao Congresso com ‘urgência constitucional’, diz Haddad

Criada no governo de Dilma Rousseff (PT), a política de alívio de impostos beneficia empresas dos setores que, supostamente, mais empregam

Reoneração da folha deve ser enviada ao Congresso com ‘urgência constitucional’, diz Haddad
Reoneração da folha deve ser enviada ao Congresso com ‘urgência constitucional’, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira 21 que o governo vai enviar ao Congresso o texto da reoneração da folha de pagamentos em regime de urgência constitucional.

Haddad conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta. Em acordo, foi definido que a reoneração da folha não seria mais tratada por medida provisória.

“Pacheco fez uma proposta para o presidente Lula, que me consultou pela manhã, em relação ao fato de que os projetos que foram deliberados no ano passado pelo Congresso deveriam ser encaminhados para o projeto de lei com urgência constitucional. Então é isso que nós vamos fazer”, disse o ministro.

Ainda não há data para o texto ser enviado ao Congresso.

Criada no governo de Dilma Rousseff (PT), a desoneração é uma política de alívio de impostos a empresas dos setores que, supostamente, mais empregam no Brasil.

O Congresso já aprovou a prorrogação dos benefícios até 2027, mas o Ministério da Fazenda desejava restabelecer a cobrança dos tributos gradativamente.

Em dezembro, o governo publicou uma MP que sugeria novas regras para substituir a desoneração. Uma medida provisória entra em vigor assim que é editada, mas precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional para ter validade permanente.

A ideia era retomar, de forma gradual, por quatro anos, a cobrança de impostos. Houve, no entanto, uma forte reação dos setores impactados e de parte significativa do Congresso.

No texto da MP, a Fazenda também incluiu o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse, e compensações tributárias.

A pasta defende o fim da desoneração em um momento em que prega a meta de déficit zero nas contas públicas.
Para alcançar o objetivo, o governo Lula tem apresentado medidas que aumentam a arrecadação de impostos. Com a desoneração, no entanto, a Receita Federal estima 32 bilhões de reais de perdas em 2024.

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