Mundo

Como aliados de Milei atuam para revogar direito ao aborto na Argentina

Projeto prevê prisão para mulher e profissional que realizar procedimento; coalizão do governo tem baixa representação no Congresso

Como aliados de Milei atuam para revogar direito ao aborto na Argentina
Como aliados de Milei atuam para revogar direito ao aborto na Argentina
Manifestação a favor da legalização do aborto na Argentina, em 2020. Foto: Ronaldo Schemidt/AFP
Apoie Siga-nos no

Deputados da base do presidente da Argentina, Javier Milei, apresentaram um projeto de lei para revogar a norma que permite o aborto em situações específicas no país.

O projeto foi apresentado na semana passada, pouco antes do governo Milei sofrer a sua maior derrota no Legislativo da Argentina, quando a Câmara dos Deputados decidiu dar um passo atrás na votação do projeto de lei ‘Ómnibus’, a principal aposta do início do mandato do presidente.

A proposta que visa revogar a legalização do aborto é assinada pela deputada Rocío Bonacci. O texto conta com as assinaturas de outros membros da coalizão de Milei, conhecida como La Libertad Avanza: Beltrán Benedit, María Fernanda Araujo, Lilia Lemoine, Manuel Quintar e Oscar Zago.

O texto propõe que o direito ao aborto seja revogado totalmente e prevê, ainda, que profissionais de saúde que realizarem o procedimento sejam presos. 

O consentimento da mulher para o aborto, em caso de aprovação do projeto, não seria suficiente para impedir que ela também venha a ser penalizada. Exemplo disso está no trecho que diz que as mulher grávidas que “realizarem o seu próprio aborto ou consentirem que outra pessoa o faça” estão sujeitas a uma pena que vai de um a três anos de prisão.

Entretanto, para conseguir que o projeto seja aprovado, a coalizão de Milei precisará somar forças no Congresso. La Libertad Avanza é uma coalizão relativamente nova no contexto político argentino e o presidente não tem maioria nas duas casas legislativas.

O aborto foi legalizado no país vizinho em 2020. O procedimento pode ser feito até a 14ª semana de gravidez. No caso de gestação que implique em risco para a vida da mulher, assim como nos casos de estupro, a interrupção pode acontecer a qualquer momento.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo