Política
Parlamentares vão ao MP Militar para investigar Mourão por incitar golpe
Segundo representantes do PSOL, a manifestação do senador também pode ‘insuflar a base bolsonarista radicalizada a agir violentamente contra as instituições’


Parlamentares do PSOL pediram ao Ministério Público Militar, nesta sexta-feira 9, a abertura de um inquérito para apurar se o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) incitou uma reação ilegal das Forças Armadas contra o Estado Democrático de Direito.
A solicitação surge após o ex-vice-presidente se manifestar no plenário do Senado e nas redes sociais sobre a operação da Polícia Federal deflagrada para investigar a tentativa de golpe de Estado em 2022. As diligências foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes – clique aqui para ler a decisão.
No X, Mourão escreveu: “Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no País”.
“Atos que não se consubstanciam como violência propriamente dita, mas ameaçam a democracia com pedidos de uso de violência pelas Forças Armadas, também são crime”, diz a representação de parlamentares. “Portanto, a Procuradoria-Geral de Justiça Militar precisa apurar a responsabilidade em relação a tais manifestações, que têm o claro intuito de desvirtuar a ordem constitucional e criar instabilidade institucional com a finalidade de operar golpe de Estado.”
Além disso, segundo os parlamentares, as declarações têm o potencial de “insuflar a base bolsonarista radicalizada a agir violentamente contra as instituições”.
Assinam a peça a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, todos do PSOL de São Paulo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Está sendo gravada?’: a preocupação de ministros de Bolsonaro em reunião com trama golpista
Por CartaCapital
‘Todos vamos nos foder’, disse ministro da Justiça em reunião com Bolsonaro
Por Wendal Carmo
Em reunião, ministro da Defesa disse que se reunia com comandantes para discutir eleição e reeleger Bolsonaro
Por CartaCapital