Justiça

Procurada pelo FBI, Patrícia Lélis deixa escapar sua localização nas redes sociais

No início da tarde desta quinta, porém, a brasileira afirmou estar ‘calmíssima’ quanto às acusações dos americanos

Procurada pelo FBI, Patrícia Lélis deixa escapar sua localização nas redes sociais
Procurada pelo FBI, Patrícia Lélis deixa escapar sua localização nas redes sociais
Patrícia Lélis — Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Acusada de fraude pelo governo dos Estados Unidos, a brasileira Patrícia Lélis aparentemente deixou escapar sua localização ao publicar, em seu perfil do X (ex-Twitter), a gravação da tela do seu celular. As imagens mostram informações sobre a temperatura do local em que o smartphone está, chamado Cuauhtémoc, no México.

O nome supostamente faz referência a um distrito (chamado de demarcação territorial) da Cidade do México, situado na parte norte da capital mexicana. O local possuía, em 2015, uma população de 532.553 habitantes, segundo informações da administração distrital.

A informação sobre a localização aparece nos minutos finais do vídeo, publicado às 10h48 desta terça-feira. O material foi publicado após um usuário da rede social duvidar que Patrícia teria trocado mensagens com Armstrong Williams, jornalista e comentarista político norte-americano.

No início da tarde desta quinta, porém, a brasileira escreveu na rede social estar “calmíssima” quanto às acusações do FBI e informou estar legalmente no México.

“Tem que ser muito burra para achar que o USA não sabe onde estou, sendo que não estou ilegal em nenhum país, entrei com minha documentação e pedido de asilo se torna público entre governos”, disse, também no X.

Uma simples busca no Google Maps leva a inúmeros locais – todos no México – com o nome Cuauhtémoc. Isso se dá porque o termo faz referência ao último imperador mexicano a governar o país em meio à ofensiva dos colonizadores espanhóis, em 1521.

Entre as diversas opções, a única localidade com esse nome que fica na praia está no distrito de Veracruz, banhado pelo Golfo do México, e localizado praticamente “em linha reta” com Miami.

Entenda as acusações contra Patrícia Lélis

Patrícia Lélis é acusada de se fazer passar por advogada de imigração para fraudar clientes. A denúncia foi formalizada pela Justiça dos EUA na segunda-feira.

O órgão divulgou uma nota na qual sustenta que Lélis teria se apresentado como advogada para ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 proporciona residência permanente legal e possivelmente cidadania, caso um cidadão estrangeiro faça um determinado tipo de investimento.

Conforme a acusação, uma vítima teria feito dois pagamentos iniciais de mais de 135 mil dólares, com base em uma suposta declaração de Lélis de que o dinheiro se destinaria a um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas.

“Em vez disso, o dinheiro da vítima teria ido para a conta bancária pessoal de Lélis. Em vez de investir o dinheiro conforme prometido, Lelis supostamente o usou para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas de banheiros e outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito”, escreveu o FBI.

Patricia Lélis foi acusada de fraude eletrônica, transações ilegais e roubo de identidade agravado.

Ela corre o risco de ser condenada a uma pena máxima de 20 anos de prisão por envolvimento em fraude eletrônica, até 10 anos se for considerada culpada por transações monetárias ilegais e um mínimo de dois anos adicionais de prisão por roubo de identidade agravado.

Lélis é considerada foragida pela polícia norte-americana, que fez apelos públicos por informações sobre seu paradeiro. Pelas redes sociais, a brasileira argumentou que o FBI conhece sua localização e se definiu como uma “exilada política”.

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