Mundo
Palestinos devem poder voltar a Gaza, diz Blinken, contrariando a extrema-direita israelense
O secretário norte-americano está no Oriente Médio para evitar que o conflito envolva o Líbano


O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, alertou, neste domingo 7, que os palestinos deslocados pelo conflito entre Israel e o Hamas devem ser autorizados a regressarem às suas casas na Faixa de Gaza, assim que as condições permitirem.
O comentário do secretário vem após diversos organismos internacionais condenarem as declarações de ministros do governo de Benjamin Netanyahu, que defenderam a deslocação permanente dos palestinos.
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse que os palestinos deveriam deixar Gaza e abrir caminho para colonos israelenses, que poderiam “fazer o deserto florescer”, enquanto o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, fez um apelo “para encorajar a migração dos residentes de Gaza” como uma “solução” à crise.
A posição oficial do governo israelense é que os cidadãos de Gaza poderão eventualmente regressar às suas casas, embora ainda não tenha sido definido como ou quando isso será possível.
Blinken chegou ao Oriente Médio na sexta-feira 5, em uma viagem que visa evitar que o conflito entre Israel e o Hamas envolva também o Líbano.
Dias antes da viagem, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, disse que é cada vez mais curto o tempo para impedir um conflito com o Hezbollah, grupo radical libanês.
O secretário norte-americano deverá chegar a Israel ainda esta noite. A intenção é tentar convencer Israel a entrar em uma nova fase militar, menos mortífera, e a iniciar um diálogo “difícil” no pós-guerra.
A cada dia, as tensões crescem na região e alimentam receios que o conflito possa se espalhar pela região.
Na manhã desta segunda-feira, um ataque israelense matou um líder militar do Hezbollah.
Este líder militar “desempenhava um papel de liderança na direção das operações militares no sul”, onde as trocas de tiros entre o movimento libanês pró-Irã e o Exército israelense são quase diárias, destacou uma fonte à AFP.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.