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Governo Milei ameaça cortar benefícios sociais de quem participar de protestos

Organizações políticas e sindicais mobilizam manifestações para o dia 20 de dezembro

Governo Milei ameaça cortar benefícios sociais de quem participar de protestos
Governo Milei ameaça cortar benefícios sociais de quem participar de protestos
Imagem: Juan Mabromata/AFP
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O governo do presidente Javier Milei, na Argentina, anunciou, nesta segunda-feira 18, o corte de benefícios sociais a argentinos que participem manifestações decontra as políticas da atual gestão no país.

O comunicado se dá na antevéspera de protestos marcados para a quarta-feira 20.

Em vídeo na internet, a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, afirmou que os beneficiários de “planos sociais” não podem ser “obrigados” por organizações políticas a comparecer às marchas.

Na sequência, Pettovello declarou que “os únicos que não vão receber o plano são os que vão à passeata e bloqueiam a rua: quem bloqueia não recebe”.

Planos sociais são programas de assistência e de transferência de renda na Argentina.

Entre eles, estão o Tarjeta AlimentAR, um cartão com dinheiro para a compra de alimentos a famílias com crianças de até 14 anos; o Becas ProgresAR, com uma bolsa mensal a estudantes para fomentar a conclusão do ensino médio ou superior; e o PotenciAR Trabajo, com subsídios para trabalhadores informais.

Parte da administração desses recursos está na incumbência de organizações sociais e não-governamentais. De acordo com a ministra, as organizações serão alvo de auditoria e perderão o poder de intermédio entre o governo e os beneficiários se integrarem as mobilizações contra Milei.

“Manifestar-se é um direito, mas circular livremente pelo território argentino para se dirigir ao local de trabalho também é”, disse Pettovello. “Os que promoverem, instigarem, organizarem ou participarem dos bloqueios perderão todo tipo de diálogo com o Ministério de Capital Humano. Auditaremos todas as organizações que distribuam planos sociais, eliminando o intermédio.”

Milei tomou posse no dia 10 de dezembro, após ter vencido a eleição presidencial na Argentina.

As organizações mobilizam manifestações contra o novo governo por conta de anúncios sobre a nova política econômica e a apresentação de um pacote “antiprotestos” no país. Veículos locais estimam a presença de 50 mil pessoas de 80 organizações nas ruas em Buenos Aires nesta data.

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