Mundo
Putin visitará Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita na quarta-feira
O russo pretende abordar o conflito israelense-palestino e a questão do petróleo


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitará os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita na quarta-feira 6 para abordar, em particular, o conflito israelense-palestino e a questão do petróleo, anunciou o Kremlin nesta terça-feira.
“As visitas de trabalho do presidente Putin aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita acontecerão amanhã (quarta-feira). Tudo acontecerá em apenas um dia”, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Essa será uma das raras agendas internacionais de Putin desde o início do conflito com a Ucrânia. O russo deixou de circular por países após ter um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional, reconhecido por 123 países. O cerco levou o presidente russo a cancelar agendas importantes, como a participação no encontro dos Brics, na África do Sul em agosto deste ano.
A agenda internacional de Putin, vale registrar, tem se concentrado em países com quem já mantinha proximidade antes do conflito e que seguem distantes da posição ucraniana – e dos Estados Unidos. A China foi, até aqui, seu principal destino. Ele também recebeu o norte-coreano Kim Jong-Un e sinalizou que pretende visitar o aliado nos próximos meses.
Nesta segunda-feira, o presidente Lula, do Brasil, afirmou que irá convidar Putin para participar da cúpula do G20, prevista para acontecer no Rio de Janeiro em 2024. O grupo está sob o comando brasileiro. Lula ponderou, no entanto, que caberá a Putin avaliar as consequências de uma agenda em um país que reconhece a jurisdição do TPI.
“É uma decisão judicial. Um presidente da República não julga as decisões judiciais, ele cumpre ou não cumpre. O Putin está convidado para o G20 no Brasil, para os Brics no Brasil”, disse. “E se ele comparecer, ele sabe o que vai acontecer, pode acontecer ou pode não acontecer.”
A declaração marca uma mudança de tom no discurso do petista. Em setembro, Lula chegou a afirmar que Putin poderia viajar ao Brasil com a tranquilidade de que não seria detido. Depois, mudou e pontuou que uma eventual prisão do líder estrangeiro deveria ficar a cargo da Justiça brasileira.
(Com informações de AFP)
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