Sociedade
O que é o trabalho oculto, acusação feita por funcionária contra Neymar
Ex-empregada do jogador busca na Justiça indenização no valor de 1,9 milhão de reais


Uma mulher que trabalhava como funcionária doméstica para o jogador Neymar, em Paris, acusou o atacante por trabalho oculto. Segundo o jornal Le Parisien, a profissional trabalhou sete dias por semana, entre janeiro de 2021 e outubro de 2022, em um trabalho não declarado.
Ela, que não tinha contrato de trabalho firmado com o jogador, recebia 15 euros líquidos por hora trabalhada e cumpria quase 70 horas semanais, sem direito a dias de folga.
Conforme a legislação francesa, o trabalho oculto consiste em um delito caracterizado pelo não cumprimento de todas as condições comerciais, fiscais ou sociais devida ao trabalhador.
O trabalho não declarado priva o trabalhador dos direitos atrelados a proteção social e trabalhista e pode acarretar em consequências financeiras significativas, como a falta de suporte em caso de acidente de trabalho, término do contrato ou até mesmo dificuldades em se obter aposentadoria.
Para além da ausência de registro, a trabalhadora ainda afirma ter havido sobrecarga de trabalho. Por não haver contrato estipulando as horas de serviço, é comum que, em casos como este, os profissionais continuem desempenhando tarefas mesmo em seus momentos de descanso.
O trabalho oculto vai além das jornadas estendidas ou de hora extra remunerada.
A mulher alega que precisou trabalhar até 15 dias antes do nascimento prematuro de seu filho, sem ter o devido acompanhamento médico.
A funcionária ainda recorreu à Justiça para ter reconhecidas as horas extras não remuneradas. Ela teria registrado as horas trabalhadas em um caderno.
O valor exigido pela empregada é de quase 2 milhões de reais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Redação do Enem aborda invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
Por CartaCapital
Justiça determina reintegração de 800 trabalhadores da GM demitidos por telegrama
Por André Lucena
MTE divulga Lista Suja do Trabalho Escravo com 289 empregadores
Por André Lucena
Ex-empregada acusa Neymar por trabalho oculto e pede indenização de R$ 2 milhões
Por AFP