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Secretário de Segurança de SP diz que críticos à Operação Escudo têm parentes no crime
Guilherme Derrite fez a declaração durante uma live nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na segunda-feira 13
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que os críticos da Operação Escudo – responsável pela morte de ao menos 28 pessoas no litoral paulista – têm parentesco com criminosos ou os idolatra.
As declarações foram feitas durante uma live nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na segunda-feira 13.
Ao mencionar pesquisas internas feitas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário afirmou que o índice de reprovação da operação – 10% – seria de pessoas simpáticas ao crime.
“Aqueles 10% é parente de bandido ou alguém que idolatra o criminoso e acha que a polícia é o malvado na história”, afirmou Derrite, ressaltando que o nível de aprovação da ação policial no litoral paulista seria de 84%.
Durante a live, o bolsonarista ainda voltou a dizer que a imprensa “romantiza” a vida de traficantes e que o debate sobre segurança no Brasil vive uma “guerra cultural”.
“A imprensa, algumas vezes, romantiza a vida do ‘cara’ [traficante]. Como foi a questão do soldado Patrick Reis. O ‘sniper do tráfico’ [sobre o atirador que matou Patrick], chamando o bandido de sniper, qualificando. Então, existe uma guerra cultural por trás”, afirmou. “[Ainda bem que] essa guerra cultural não encontra dissonância [ressonância] na sociedade, está fora da realidade”.
Deflagrada após a morte de um policial da Rota na Baixada Santista, a Operação Escudo é alvo de críticas de entidades ligadas aos Direitos Humanos por indícios de tortura e execução sumária.
A ação, considerada a mais letal da PM paulista desde o Massacre do Carandiru, em 1992, deixou 28 mortos.
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