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Quem era Jamila al-Shanti, viúva do fundador do Hamas, morta por militares de Israel em Gaza
Shanti foi a primeira mulher no gabinete político do Hamas e também atuava como dirigente parlamentar do Conselho Legislativo Palestino


A guerra entre Israel e o grupo Hamas chega ao 13º dia. Na madrugada desta quinta-feira 19, o exército israelense informou que matou a viúva de um dos fundadores do grupo islâmico, Jamila al-Shanti.
Nesta quinta, os militares também informaram a morte de Rafat Abu Hilal, chefe do grupo Comitês de Resistência Popular de Gaza, outro movimento atuante no enclave. Ele foi o principal alvo de um bombardeio em Rafah, na fronteira com o Egito.
Segundo a agência de Segurança de Israel, as duas mortes ocorreram durante operações aéreas realizadas pelas forças de defesa.
Quem era Jamila al-Shanti
Nascida no campo de refugiados de Jabalia, em Gaza, Jamila Abdallah Taha al-Shanti, de 68 anos, foi a primeira mulher eleita para o gabinete político do Hamas. O órgão é responsável pelas decisões mais estratégicas do grupo.
A fundadora do movimento de mulheres do Hamas era casada com Abdel Aziz al-Rantisi, líder do grupo, que foi morto pela Força Aérea Israelense em um ataque aéreo de abril de 2004.
“A mártir, Dra. Jamila Abdallah Taha al-Shanti, levou uma vida caracterizada pela abnegação e pelo sacrifício pelo progresso da causa palestina”, disse o Hamas em um comunicado que confirmou a morte após o ataque de Israel.
E emenda: “Ela foi fundamental nos esforços parlamentares, acadêmicos, políticos, interpretativos e educacionais. Ao lamentarmos sua perda, confirmamos nosso compromisso de continuar no caminho que ela e todos os mártires justos de nossa nação brilharam até que nossa terra abençoada seja livre. da ocupação”.
O conflito, neste 13º dia, segue com tensões elevadas. Apesar da confirmação de que a fronteira de Gaza seria aberta para a chegada de ajuda humanitária, ainda não há informações sobre quando isso ocorrerá. Enquanto isso, Israel segue determinado em sua incursão militar no enclave diante do apoio dos EUA. O Hamas, por sua vez, disse estar trabalhando com o Hezbollah, grupo que se concentra no Líbano, para coordenar as novas ações no conflito. O número de mortes se aproxima de 5 mil.
(Com informações de AFP)
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