Quem é Daniel Noboa, o herdeiro que se tornou o mais jovem presidente do Equador

Herdeiro da Exportadora Bananera Noboa e membro de uma família que controla mais de uma centena de empresas, Daniel Noboa, 35 anos, será o mais jovem presidente da história do Equador. 

Em 25 de novembro, ele assumirá o comando do país, após vencer Luisa González no pleito do último domingo 15. A eleição foi considerada uma das mais violentas da história recente, com casos de atentados a candidatos e o assassinato de um dos presidenciáveis, Fernando Villavicencio.

A eleição marcou também a definição sobre o atual status da corrente política conhecida como “correísmo“, em referência ao ex-presidente Rafael Correa, apoiador de González. O pai de Daniel, Álvaro Noboa Pontón, já foi candidato à Presidência em seis oportunidades, mas nunca se elegeu.

No passado, reportagens do jornal norte-americano The New York Times e investigações de agências do Equador mostraram que o conglomerado da família oferecia más condições de trabalho para os funcionários e que algumas empresas serviam como “laranjas” na lista do Ministério do Trabalho equatoriano. Formalmente, o grupo negou as acusações.

Semanas antes do primeiro turno, Daniel Noboa tinha apenas 4% das intenções de voto, segundo as principais pesquisas do país. O avanço se deu, entre outras razões, pelo apoio majoritário da imprensa tradicional do Equador à candidatura do empresário.

Nascido em Miami, nos Estados Unidos, Noboa venceu as eleições prometendo aumento do emprego e criação de universidades públicas para os mais jovens. Como as eleições no Equador foram antecipadas por decisão do atual presidente, Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso para escapar de um processo de impeachment, Noboa ficará na Presidência por pouco menos de um ano e meio.

Apesar de ter se apresentado ao eleitorado como natural de Guayaquil, Noboa reconheceu tardiamente que nasceu nos Estados Unidos, onde se formou em Administração na Universidade de Nova York e fez pós-graduações em Administração Pública (Harvard) e Comunicação Política e Governança Estratégica (Universidade George Washington).

Aos 18 anos, ele fundou uma empresa voltada para a organização de eventos, a DNA Entertainment Group. Seu currículo empresarial afirma que ele trabalhou como diretor comercial no conglomerado da família, a Corporación Noboa. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Noboa já foi titular em duas empresas offshore no Panamá, o que levantou suspeitas sobre práticas de corrupção.

Ativo nas redes sociais, Noboa usou as plataformas para se promover como candidato. Nelas, o herdeiro publica vídeos e fotos em que aparece fazendo exercícios físicos, compartilhando dicas de músicas e dividindo com o público conteúdo sobre cuidados com a saúde.