Política
‘Não dá para tratar facções sem polícia’, defende governador da Bahia
Ainda sobre ação dos PMs, Jerônimo Rodrigues defendeu que o problema da letalidade policial só será resolvido com mudanças na formação inicial dos agentes
Em meio a uma escalada de violência que já deixou ao menos 68 mortos nos últimos dois meses, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), fez um mea culpa a respeito da crise de segurança no Estado.
“Existem outras coisas que nos incomodam. Só esse ano, apreendemos 60 fuzis. Uma das pessoas que prendemos tinha 20 passagens pela polícia. A Justiça soltou essas pessoas?”, disse o governador ao site Metrópoles, nesta quinta-feira 5.
E emendou: “A polícia prende, mas a Justiça tem que avaliar o tamanho da sua responsabilidade. Não é só ação do Executivo”.
Ainda sobre ação dos PMs, Rodrigues defendeu que o problema da letalidade policial só será resolvido com mudanças na formação inicial dos agentes, mas ponderou: “Não dá para imaginar que vamos tratar de facções de uma forma que não seja com a polícia. É caso de delegacia”.
Declarações recentes do secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, vão na mesma linha Para ele, a meta é ter uma “repressão inteligente”, por parte da PM baiana.
Para que isso aconteça, completou o governador, há um movimento para o uso mais eficiente do dinheiro das emendas parlamentares no estado.
“Eu quero saber da oposição onde que podemos aplicar emendas. Uma das sugestões é investir na estruturação de instituições da Polícia Civil e Militar, mas também podemos estimular ações de segurança pública integradas com educação, cultura, esporte e lazer”, afirmou, após reunião com a bancada dos deputados da Bahia, em Brasília, na quarta-feira 4.
Da parte do Executivo, o Ministério da Justiça atua com ajuda emergencial e com o envio de 20 milhões de reais extras do Fundo Nacional de Segurança Pública, para custeio de viaturas, equipamentos de inteligência e armas não letais.
Na segunda-feira 2, o ministro Flavio Dino divulgou o plano nacional de enfrentamento ao crime organizado, que insere planos de curto, médio e longo prazo para a crise no País.
Renato Sérgio de Lima, professor da FGV e presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, analisou a situação e os destaques do plano a convite de CartaCapital.
Assista na íntegra:
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.