Política

Mortes em operação da PM no litoral de São Paulo chegam a 27

Na semana passada, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos pediu ao governo de Tarcísio de Freitas ‘o fim imeadiato’ da ação

Mortes em operação da PM no litoral de São Paulo chegam a 27
Mortes em operação da PM no litoral de São Paulo chegam a 27
Operação Escudo - Mastrangelo Reino/Governo de SP
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Chegou a 27 o número de mortes na Operação Escudo, deflagrada pela Polícia Militar de São Paulo após o assassinato do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, no Guarujá, litoral paulista.

Dois homens morreram neste fim de semana em supostos confrontos com policiais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, agentes apreenderam as armas dos suspeitos nas duas ocorrências, entre o sábado 2 e o domingo 3.

Segundo a SSP, todas as mortes decorrentes de intervenção policial estão sob investigação pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais de Santos, com apoio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa e da Polícia Militar.

Na semana passada, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, órgão ligado ao governo federal e composto por representantes da sociedade civil, pediu que a gestão Tarcísio de Freitas determine “o fim imeadiato” da Operação Escudo.

A recomendação consta de um relatório enviado ao governo estadual na sexta-feira 1º. No documento, o órgão aponta “graves excessos no uso da força e execuções sumárias com disparo de armas de fogo” durante as ações policiais.

O relatório compilou relatos de ao menos 11 moradores do Guarujá e de Santos que destacam a truculência das abordagens. De acordo com o conselho, pessoas afirmam ter ouvido de policiais que indivíduos com antecedentes criminais iriam “para a vala”. Outras disseram ter visto os agentes mandando moradores ficarem em casa enquanto levavam as vítimas às vielas onde seriam executadas.

A operação ainda é alvo de denúncias de parentes de pessoas mortas, que relatam excessos, agressões e prática de tortura por agentes. A conduta dos policiais na ação, considerada a mais letal desde o Massacre do Carandiru, em 1996, também é investigada pelo Ministério Público.

A Defensoria Pública do estado já pediu o “fim imediato” da intervenção policial na região e defendeu que todos os agentes envolvidos nas mortes de civis fossem afastados temporariamente.

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