Economia

Líder do PT deve apresentar parecer sobre recomposição do ICMS aos municípios na próxima semana

Câmara vota urgência do projeto nesta quarta; o objetivo é reverter perdas sofridas pelas prefeituras com política econômica de Bolsonaro

Líder do PT deve apresentar parecer sobre recomposição do ICMS aos municípios na próxima semana
Líder do PT deve apresentar parecer sobre recomposição do ICMS aos municípios na próxima semana
O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PT-RS) disse, nesta quarta-feira 30, que pretende apresentar na próxima semana o seu parecer sobre um projeto de lei que prevê o repasse emergencial de recursos do governo federal para os estados e municípios. Os deputados devem votar a urgência do texto nesta noite.

O projeto foi apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início de julho. O objetivo é recompor as perdas de arrecadação de tributos que os estados e os municípios sofreram com a política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotada no ano passado para baratear os combustíveis, a partir da zeragem do ICMS.

O governo projeta o repasse de 27 bilhões de reais, sendo que os municípios devem receber 25% desse montante (6,75 bilhões). O valor do repasse foi fixado em um acordo no Supremo Tribunal Federal.

Os prefeitos têm pressionado pela celeridade na apreciação do texto: nesta quarta, a Câmara recebeu representantes da Frente Nacional de Prefeitos e da Confederação Nacional dos Municípios para dialogar sobre a matéria. Dirceu disse que levará as demandas ao governo federal.

Segundo ele, o projeto pode prever o pagamento de uma parcela volumosa desse montante ainda em 2023.

“Estou num processo de escuta. Até pela urgência do tema, a minha ideia é, já na semana que vem, apresentar o texto. Talvez não em definitivo, ou em definitivo, se for bem aceito”, declarou Zeca Dirceu.

Dirceu defende municípios na desoneração

A pressão pela tramitação do projeto ocorre simultaneamente a outra mobilização dos municípios, que reivindica a participação das prefeituras no projeto da desoneração da folha de pagamentos.

Em análise na Câmara, A desoneração alivia impostos para empresas de 17 setores. A inclusão dos municípios deve gerar um impacto de 9 bilhões de reais aos cofres públicos, segundo a relatora da matéria, Any Ortiz (Cidadania-RS). Com o dispositivo, administrações municipais pagarão um tributo previdenciário menor.

O trecho foi inserido no texto a contragosto de Haddad. Quadros petistas na Câmara, no entanto, argumentam que o governo deveria ter articulado no Senado a exclusão dos municípios. O texto veio dos senadores para a Câmara com a inclusão das Prefeituras.

A jornalistas, Dirceu deu uma justificativa similar à do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a orientação da bancada petista em favor da inclusão das administrações municipais.

“O governo deveria ter feito isso quando estava lá no Senado. Não é justo o governo ser a favor no Senado, e quando chega aqui na Câmara, a posição ser outra. A injustiça não é comigo, é com os deputados”, argumentou.

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