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Putin rompe o silêncio, elogia chefe da milícia Wagner e diz que investigará queda de avião
O presidente russo afirmou que Prigozhin ‘cometeu alguns erros graves’, mas exaltou seus ‘resultados’ na guerra da Ucrânia


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se manifestou nesta quinta-feira 24 sobre o líder da milícia Wagner, Yevgueni Prigozhin, um dos passageiros de um avião que caiu na quarta 23 durante o trajeto entre Moscou e São Petersburgo.
Putin prestou condolências aos familiares dos sete passageiros e três tripulantes da aeronave.
“Ele era um homem com um destino difícil. Ele cometeu alguns erros graves em sua vida”, disse o chefe do Kremlin sobre Prigozhin. “Ele alcançou os resultados necessários para si e para um esforço conjunto que lhe pedi nos últimos meses.”
Putin disse ainda que Prigozhin era um “talentoso homem de negócios” e prometeu uma investigação completa sobre o episódio de quarta-feira.
A queda do avião ocorreu exatos dois meses após Prigozhin liderar uma rápida rebelião contra a cúpula do Exército russo. Naquela sexta-feira 23 de junho, o líder do Wagner anunciou a ocupação do quartel-general em Rostov, um centro nevrálgico das operações na Ucrânia, e garantiu controlar várias instalações militares.
Inicialmente, Putin prometeu punir a “traição” de Prigozhin, cuja rebelião representava uma “ameaça mortal” e o risco de uma “guerra civil”.
“É uma punhalada pelas costas para o nosso país e o nosso povo”, afirmou Putin, em discurso à nação, em 24 de junho. Ainda naquele dia, contudo, a Rússia confirmou que o líder mercenário iria para Belarus, movimento que resultou de um acordo intermediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Desde então, uma aura de mistério cercou o paradeiro de Prigozhin. Na última segunda-feira 21, ele apareceu em um vídeo aparentemente gravado na África. O Wagner mantém uma presença militar significativa no continente, onde estabeleceu alianças com diversos governos, incluindo os de Mali e República Centro-Africana.
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