Economia

Refinarias privadas vendem gasolina quase 12% acima do preço da Petrobras, mostra levantamento

Acelen, na Bahia, detém o maior aumento acumulado nas seis semanas seguidas, de 25,6%

Refinarias privadas vendem gasolina quase 12% acima do preço da Petrobras, mostra levantamento
Refinarias privadas vendem gasolina quase 12% acima do preço da Petrobras, mostra levantamento
Refinarias privadas têm promovido aumentos sucessivos no preço dos combustíveis. Foto: Ronaldo Schemidt / AFP
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Com sete reajustes consecutivos nos últimos 39 dias, o litro da gasolina vendido pelas refinarias privadas está custando, em média, 11,7% mais caro do que o da Petrobras. A diferença é de R$ 0,34.

O levantamento é do Observatório Social do Petróleo (OSP) e mostra que as empresas privadas têm promovido aumentos sucessivos no preço dos combustíveis nas últimas seis semanas, no período entre 13 de julho e 19 de agosto.

Além da gasolina, o preço do diesel S-10 também está, em média, 9,8% acima do que é cobrado pela estatal. totalizando cerca de R$ 0,37 a mais por litro.

Das refinarias privadas, a única exceção foi a 3R Petroleum, gestora da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte. Ela foi privatizada em junho e reduziu o preço no começo do mês, mas voltou a elevar o litro da gasolina na semana passada.

Bahia acumula maior aumento

A Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, detém o maior aumento acumulado da gasolina nas seis semanas seguidas, de 25,6%, o equivalente a R$ 0,66 por litro.

A Ream, em Manaus, reajustou o preço em 24,9%, elevando o litro em R$ 0,67. Na 3R Petroleum, no Rio de Janeiro, a alta da gasolina foi de 23,2%, subindo R$ 0,61 por litro.

Em relação ao S-10, a recordista de aumento no preço no período foi a Ream, com a marca de 32,9%, representando R$ 1,06 a cada litro do combustível. O reajuste da Acelen foi de 32,2%, o equivalente a R$ 0,99 por litro de diesel. A 3R não produz S-10.

Preços abusivos

Para o diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Bruno Terribas, o fim do PPI (preço de paridade de importação) não foi suficiente para viabilizar combustíveis a preços mais justos.

“Várias outras medidas são necessárias para que o preço ao consumidor final faça jus à vantagem de termos uma estatal com tamanha relevância mundial no setor de petróleo e gás”, declara.

Entre as iniciativas fundamentais, o dirigente cita a urgência do retorno da Petrobras ao setor de distribuição, além de investimentos e reestatização do parque de refino.

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